E… essa é a rotina sueca (?)

Sabe aquela música: todo dia ela faz tudo sempre igual, me sacode às seis horas da manhã me sorri um sorriso sensual e me beija com boca de maçã? Não é assim que funciona comigo! Como meu trabalho é extra – digamos assim – eu nunca sei a que horas eu  vou começar meu dia: posso acordar 6, 7  ou 8 horas… …porque eu sou extremamente preguiçosa para estabelecer um horário que funcione para todos os dias [acordar todos os dias 7 horas, por exemplo] e organizar um pouco a minha vida antes do trabalho.

O resultado disso é que quando chego em casa eu quero escrever no blog, escrever para os meus amigos, escrever sueco, escutar sueco, escutar alguma música legal para relaxar, comer – e isso significa fazer comida, tomar banho, organizar meu mundo; enfim. E?

Não funciona. Um, que eu sou indisciplinada. Dois, que eu acho muito chato passar o dia inteiro longe de casa e assim que chegar se enfiar no computador e ficar na internet, sem conversar com o Joel ou o pessoal do coletivo. Eu preciso do meu mundo virtual só para dizer olá para meus amigos, e quando eu vejo no meu e-mail que não tem nenhum com o assunto Oi! [qualquer título que não seja de piadas ou correntes] eu logo desligo o computador.

Então a coisa está assim: acordar, tomar café, tomar o trem, trabalhar, tomar o trem de volta, fazer o que dá tempo e coragem, dormir. Eu já comentei no blog que o almoço aqui é depois do  dia de trabalho, chama middag e acontece entre às 16h e 20h – mais ou menos. Tem lava-louça e isso é fabuloso!, mas não dispensa do serviço de organizar a cozinha… Mas enfim, o chato disso tudo é que às vezes quando eu vou dormir eu penso que não fiz nada.

Claro que fiz. Estudo no trem quando eu vou para o trabalho, e às vezes quando volto também. Consigo escrever ao menos 3 vezes por semana no blog. Respondo todos os e-mails de amigos. E principalmente, cultivo com muito afinco minha relação com meu amoreco e todos os novos amigos. Mas a sensação ainda persiste, e eu fico pensando que merda que é essa que incutem na nossa cabeça que a gente realmente acredita que deve ser quase que uma máquina na vida pública, profissional e privada!

Em todos os seminários de assistência social que eu fui lembro que quando se falava de família o palestrante insistia na questão de desmitificação do conceito de “família margarina” – na qual a mulher, principalmente, está sempre linda e maravilhosa mesmo cumprindo dupla jornada de trabalho e cuidando dos filhos. Penso que a gente deve ir ainda mais longe, lembrar que o dia só tem 24 horas e que nesse período a gente precisa, principalmente, alimentar a alma e o corpo: comer coisas gostosas, fazer algum exercício, namorar, gastar tempo com gente feliz e com coisas para encher a mente de coisa boa – livros, música, filmes…

Trabalhar faz parte, porque afinal todo mundo precisa de dinheiro. Mas o tempo que você despende dormindo é quase tão ou mais importante do que o tempo que você está acordado – ou zumbizando! Será que a gente vive de verdade quando acorda direto no modo operando, toma café, sai para o trabalho, trabalha, volta do trabalho, faz coisinhas, dorme, acorda, sai para o trabalho…? E porque enfim eu to pensando em acordar mais cedo todo o dia?

Passei quase três meses na casa me sentindo deslocada porque não trabalhava, e agora não sei se saí do ritmo ou o quê, mas me parece tão sem noção às vezes [sempre] todo esse esforço. Ok, não era meu sonho ser diarista, mas é o que está para mim no momento e me ajuda a ter meu dindim. E na bem da verdade, eu não sei se quero voltar a ser assistente social.

De repente, eu to crescida e não sei o que eu quero ser quando crescer. Mas será que alguma vez eu soube?

Um comentário sobre “E… essa é a rotina sueca (?)

Agora vamos prosear!

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