Hoje a princessa Victoria é capa do GP (Göteborgs Posten), o maior jornal de Gotemburgo/Göteborg. Ela está grávida de oito meses e todo mundo anda ancioso pelo nascimento da criança – que acho, é um menino. A princesa Victoria é casada desde junho de 2010 e como não podia deixar de ser romântico, o “príncipe” dela não tem um pingo de sangue real: Daniel era (ainda é?) profissional de atividade física como personal trainer.
A Suécia é uma monarquia constitucional com um sistema parlamentar de governo. Parece grego, mas significa apenas que a família real sueca tem um papel representativo, quase que exclusivamente diplomático. O rei não apita em nada que tenha relação ao comando do país, tanto no executivo quanto no legislativo. A Suécia é regida por uma constituição singular formada de um conjunto de quatro grandes leis, sendo que a última delas, aprovada em 1977 retirou das mãos do rei o poder de indicação do primeiro ministro.
A atual família real sueca é formada por 5 membros: o rei Carl XVI Gustaf, a rainha Sylvia (filha de brasileira mas nascida na Alemanha); a princesa Victoria, o príncipe Carl Filip e a princesa Madelene. Em 1980 a constituição sueca foi alterada e o primogênito do casal real passou a ser o primeiro na linha de sucessão ao trono, não importando se a criança é menino ou menina. Dessa forma, a princesa Victoria será a próxima rainha da Suécia e por isso mesmo em sueco ela é chamada de kronprinsessan (krona=coroa, então, princesa da coroa).
Eu emprestei uma foto da família real do blog da Cíntia, Minha Aquarela, aqui; onde você confere a foto no original e mais informações sobre a família real sueca.
Ano passado houve uma série de escândalos envolvendo o rei sueco que desencadearam uma grande discussão a respeito da família real, se a Suécia precisa dela ou não (afinal, o rei nem é responsável pela indicação do primeiro ministro) e ou se a princesa Victoria deveria assumir o trono. Uma série de pesquisas mostraram que a maioria dos suecos gostaria que a princesa passasse a exercer seu direito de rainha – ela é muito querida pela população sueca; mas por fim, tudo ficou por isso mesmo.
O povo sueco elege os membros do parlamento (Riskdagen em sueco, com 349 membros) por meio de eleições diretas a cada 4 anos. Os partidos com maioria parlamentar indicam o porta voz do governo e este, por sua vez, é quem indica o primeiro ministro sueco. Ele terá de ser aprovado pelo parlamento, assim como a equipe que o indicado escolher para liderança dos ministérios. Caso algum dos nomeados não receba um dedão positivo do parlamento outra pessoa deve ser indicada ao cargo; se a rejeição for ao nome do primeiro ministro, começa tudo outra vez. Os indicados e aprovados para composição do executivo sueco não podem acumular cadeiras e tem de se “demitir” do cargo parlamentar.
As últimas eleições suecas ocorreram em 2009, assim como no Brasil, com a diferença de que os suecos elegem de uma só vez os membros do parlamento e os integrantes do governo regional e local (kommun e stadsdel). Na Suécia os estrangeiros com cidadania européia podem votar nas eleições após dois anos de residência, sendo que os demais só alcançam esse direito depois de três anos residindo no país.
Uma questão interessante da política sueca é que o partido tem muito mais importância do que a pessoa indicada. Quando os cidadãos participam da eleição escolhem o candidato não apenas por seus méritos pessoais mas principalmente pelo partido a que ele/ela representa. Atualmente, o partido com maioria no parlamento sueco é o Moderaterna.
Se comparado ao Brasil o governo sueco é infinitamente mais enxuto. Tudo bem que o país é 20 vezes menos populoso, mas vamos usar como parâmetro apenas o “meu” estado então: o Paraná tem 10 milhões de habitantes, 1 governador, o vice, 30 deputados federais, 54 deputados estaduais e 3 senadores; 399 prefeitos e cerca de 3 mil e quinhentos vereadores – ao total 4079 pessoas em cargos eletivos. Na Suécia são 349 membros no parlamento, e 1 representante eleito por kommun – são 290; somando 639 cargos eletivos. Eu não contei o stadsdel porque ele é como que um distrito, e algumas “kommunas” tem 1, outras tem 6 – como Göteborg. Mesmo assim, não chegaria a metade do pessoal eleito apenas no Paraná.
Acho que o Brasil viveu a monarquia por pouquíssimo tempo e ninguém sabe se seria bom ou não para o país. Mas tenho certeza de que se tivéssemos uma família real ao menos ficaria bem claro que temos um grupo previligiado para sustentar. E pagaríamos por uma família só, não por cada filho, neto, sobrinho, sogra, e primos em até terceiro grau ou apadrinhados afins de nossos queridos representantes.
#Pronto falei.
*Fontes: Joel Abrahamsson e Wikipédia.
Monarquia?
A única saída para o Brasil é o POVO nas ruas. Mas o problema é que ninguém se mexe. Ficam nessa vidinha medíocre reclamando de salários baixos, violência, saúde, educação, maior carga tributária sem retorno no planeta. Do que adianta choramingar entre nós? O pessoal de Brasília não nos ouve. Por isso temos que ir às ruas pedir uma reforma Política e Tributária. Só votar em novos candidatos não adianta nada.
Para começo, tem que diminuir o número de Ministérios (38!!!??). Com isso cairia enormemente o número de servidores. Exterminar os malditos ‘Atos Secretos’ do Senado. E claro, fiscalizar DE PERTO o repasse de recursos pelo Governo Federal.
Quem sabe quando os cidadãos acordarem de seus comas e verem que nossas vidas não são regidas por Futebol, Carnaval e Televisão mas sim POLÍTICA, podemos ter um Brasil melhor para todos. Enquanto isso, vamos apenas nos indignar, reclamar e choramingar entre nós.
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Oi Júlio!
De fato, o executivo brasileiro é enorme, burocrático e ineficaz. Nossos senadores uma vergonha. Tudo fica comprometido pelos joguinhos partidários em Brasília… e nós reclamamos e reclamamos e nada fazemos. Só discordo de você quanto a questão do “povo” nas ruas. Sei lá se já superei minha fase marxista, ou se é apenas um início de catatonia, mas o povo vai sair nas ruas pedindo exatamente o quê? A dissolução dos partidos? A diminuição do executivo? A descentralização (verdadeira) do poder administrativo? A extinção dos cargos políticos de confiança? A diminuição da carga tributária? Revolução?
Cada um de nós pode fiscalizar “de perto” o repasse de recursos pelo Governo Federal. Em cada município existem os chamados conselhos de parari-pararoba (saúde, assistência social e trabalho são alguns exemplos), com reunião mensal ou bimestral. Esses conselhos devem discutir o orçamento da referida política ao qual pertencem e apresentar um demonstrativo físico financeiro das despesas ao menos semestralmente. Sei disso porque – como assistente social no Brasil – era responsável pela reunião dos Conselhos da Criança e do Adolescente, do Idoso e da Política de Assistência Social. Qualquer cidadão pode participar das reuniões e fiscalizar os recursos destinados a cada política/setor específico, qualquer cidadão pode comparecer as reuniões e questionar a aplicação dos recursos, assim como também pode apresentar propostas para a implementação de novos programas ou reclamar que setor tal não está sendo atendido, e por quê – se há recursos; ou então questionar por que não há recursos para isso, aquilo… A única coisa que o cidadão comum não pode nessas reuniões é votar, isso só os membros eleitos dos conselhos podem fazer. Mas nada impede que o cidadão vire membro de um conselho. E aí tá o pulo do gato: ninguém quer. Eu tinha quase que implorar para que os membros titulares participassem das reuniões, sendo que não foi uma ou duas vezes que tivemos que cancelar a reunião por falta de quorum.
Ninguém vai a reunião das Câmaras de vereadores, também. Apesar de públicas, quem está lá? Somente pessoas com algum laço partidário e tals. Quer algo mais próximo do que isso? É na Câmara que todo orçamento e planejamento municipal tem que ser aprovado, mas quem se importa?
Eu me pergunto quantas pessoas sabem que o modelo democrático existente no Brasil é um dos melhores que existem, ao menos no papel. Teoricamente, é fantástico. Qual é o verdadeiro problema então? Ninguém sabe ou a população brasileira sofre de complexo de “Macunaíma”?
Pessoalmente, acho que o maior entrave que existe na administração pública (to sendo específica) é o CC. E eu não to falando dos CCs pequenos, to falando do pessoal grandão que ganha salário como cargo administrativo de confiança e ainda quer bônus e para-pa-pa. Minha melhor amiga foi cargo de confiança por 4 anos e trabalhou muito, também trabalhei 2 anos com a Claudete que sempre trabalhou demais; mas se tem alguém de “Maripá” lendo isso aqui sabe muito bem que existem certos cargos que vão para a prefeitura apenas jogar paciência no computador. “Só em Maripá”… Problema nenhum, se eles ao menos fizessem isso e apenas isso. Mas esse é o tipo que de vez em quando gosta de brincar de cowboy e começa a disparar tiro para tudo quanto é lado apenas para ver os outros dançarem como idiotas. Nem todo CC é sinônimo de incompetência, mas pergunte para alguma outra assistente social – se você conhece alguma – quantas secretarias de assistência social são entregues na mão de algum cargo político que nem sabe o que é SUAS? A menos que o Brasil tenha sofrido alguma revolução violenta nessa área nos ultimos 10 meses, a resposta é a maioria.
To choramingando? Tô, mas é simplesmente frustrantes cursar 4 anos de faculdade pra ficar batendo a cabeça com alguém que desconhece a área. E não é só assistente social que passa por isso no setor público, é professor, nutricionista, enfermeiro, psicólogo, contador…
Todo esse bla bla renderia um post. Fiquei muito desanimada depois de trabalhar com o setor público – percebe-se… Hehe. Talvez esteja só pessimista. Sei lá.
Quem sabe o que aconteceria se todo mundo saísse para as ruas pedindo apenas e somente MUDANÇA?
Abraços!
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Olá.
Em tempo um vídeo (não tão novo) que assisti e postei aqui:
http://cintiaanira.blogspot.com/2010/10/deputados-na-suecia.html
Abraços
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Oi Cíntia!
Muito bom o vídeo né? Faz a gente sonhar…
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O Brasil foi monarquia unida a de Portugal, entre 1815 e 1822 (Reino Unido) e depois monarquia constitucional de 1822 a 1889, não foi tão pouco tempo e tivemos um regime parlamentar no reinado de Pedro II ( 1842 a 1889) nos primeiros anos de reinado de Pedro II, não era ainda parmalamentarismo.
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