Cinema Sueco

Ingmar Bergman (Fonte: Blog do Alfredo)

Já que essa foi a semana do Oscar decidi me aventurar no tema. Gosto muito de cinema, não só de assistir os lançamentos, mas de ver e rever filmes que marcaram tanto a minha história como a história da sétima arte. Semana passada assisti, por exemplo, Modern Times (Tempos Modernos de Charles Chaplin) e essa semana rolou 12 Angry Men (12 Homens e uma Sentença). Meus filmes prediletos dos últimos tempos são com certeza Changeling (A Troca), Inception (A Origem)  e The Hangover (Se beber não case).

Desde que me mudei assisti a uma série de filmes suecos, desde aventuras  infantis como Emil e Bröderna Lejonhjärta (“Os irmãos coração de leão” de Astrid Lindgren – ela é o Monteiro Lobato da Suécia) até a trilogia Millenium de Stieg Larsson. Não sou crítica de cinema e não posso avaliar atuação, direção, luz, fotografia, e os ects de todos os aspectos de um filme: para mim filme bom é aquele que me emociona ou faz pensar – a não ser no caso de comédias, obviamente, que são boas se fazem rir. O que mais gosto nos filmes suecos é que as pessoas parecem de verdade.

Quando comecei a estudar sueco há um ano atrás baixei “Man som hatar kvinnor” (Os homens que não amavam as mulheres) que agora está nas telas com a versão americanizada “The Girl With Dragon Tatoo” (A garota com tatuagem de dragão). Eu li Stieg Larsson meio sem querer, foi a Angela que comprou exatamente na época que eu viajei para a Suécia a primeira vez, peguei o livro emprestado e demorei uma cara para terminar. Li primeiro o segundo, depois li o primeiro e nunca li o terceiro. Deu preguiça.

Em todo caso, assisti a versão sueca no mínimo 10 vezes – eu queria aprender sueco e apesar do filme ser longo, é legal. Eu tava me coçando para ver a versão hollywoodiana e fui logo depois de ser lançado (aqui, em dezembro passado). Decepcionei, justamente porque as produções holywoodianas são demais: a Lisbeth é uma guria que teve a economia controlada toda a vida e tem uma moto super cara, por exemplo. Sei lá, acho que me acostumei tanto com a versão sueca que a americana para mim é simplesmente… fora da realidade. Também não curti a Roney Mara no papel principal, nem entendi porque ela foi indicada ao Oscar, mas… vá lá, não sou expert e ponto.

Em fevereiro saí mais de Stieg Larsson e de Astrid Lindgren e assisti “Simon och Ekarna” (Simon e a… árvore); “En enkel till Antibes” (difícil traduzir, uma coisa como Sozinho para Antibes) e “Katinkas Kallas” (O Aniversário de Katinka). Todos dramáticos. Acho que cinema europeu é mais adepto dessa versão, além do que as “comédias” que assisti dificilmente arrancariam risadas de onde eu vim. Talvez alguns suspiros, ou um sorriso amarelo.

O maior nome do cinema sueco é Ingmar Bergman, diretor que morreu aos 89 anos depois de fazer mais de 50 filmes, ganhar 3 Oscars na categoria de melhor filme estrangeiro e receber muitas críticas. Foi de Bergaman o primeiro filme em que uma mulher mostrava os seios enquanto se banhava numa praia (Sommaren med Monika – Monica e o desejo – de 1952); uma coisa que é bastante natural dentro da cultura sueca mas que foi vista com erotismo e censurada em muitos países na época.

Além de Bergman, pode-se citar Greta Garbo, artista nascida em Estocolmo que participou de mais de 40 filmes e fez grande sucesso em Hollywood na era do cinema mudo e na década de 30. Atualmente, trabalham em produções fora da Suécia Max von Sydow (O Exorcista), Naomi Rapace (Sherlok Holmes – O Jogo de Sombras) e Stellan Skarsgard (Thor), entre outros. Na Suécia, entre os atores mais populares pode-se citar Sven-Bertil Taube, Malin Morgan, Michael Nyqvist, Peter Haber (que está na versão americana de “Os homens que não amavam as mulheres”), Helen Sjöholm e Frida Hållgren – sem citar nenhum dos atores que participaram dos filmes de Bergman, como Harriet Andersson.

E por hoje é só pessoal!

PS.: Quem está no Brasil e quer assistir algum filme em sueco pode encontrar a Trilogia Millenium no Filmes Hunter (filme com legendas em português).

5 comentários sobre “Cinema Sueco

  1. Oi, Maria!

    Você citou Bergman, um dos meus cineastas prediletos! Assisti quase tudo dele. Sou apaixonada pela temática metafísica em muitos dos seus filmes, além dos seus questionamentos da sociedade, das relações pais e filhos, da questão da mulher. Amo!

    Ano passado consegui baixar na internet o filme Kyss Mig ( temática que muito me interessa, aborda a relação sobre duas mulheres). A fotografia está lindíssima! Super indico.

    Também há um filme sueco ( esqueci o nome, mas eu o tenho aqui em casa) ano passado e gostei da discussão sobre a sociedade sueca. Quando o encontrar, envio o nome.

    Hoje em um blog que eu acompanho Escreva, Lola, Escreva, há um guest post de um brasileiro que estuda física na Suécia: ele elabora de uma forma muito lúcida os arranjos de gênero na Suécia. Quando fiz meu coments, citei seu blog.

    Bjs

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  2. Olá!

    Os filmes suecos que mais gostei foram: ” Så som i Himmelen”, “Mäsjävlar” e “Äideistä parhain”.
    Gostei de “Man som hatar kvinnor” mas assim como você gostei mais da versão sueca.Espero poder assistir os outros dois filmes da série, pois livre todos os livros e gostei muito.

    Abraços

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  3. Oi Jose!

    Visita o http://www.filmeshunter.com, lá tem os 3 filmes da Millenium (versão sueca). Aproveita que ai no Brasil pode baixar filme da internet, aqui é ilegal e dá uma super multa!
    Também já assisti “Så som i himelen”, você já viu algum da série “Beck”? É tipo policial, nem é aquela coisa mas o que vale é aprender a língua!

    Abraços!

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  4. Oi meninas!

    Li o post, muito bom que um homem escreva sobre isso. Da minha perspectiva penso que o sueco nunca avalia o outro pela questão de gênero, às vezes pela questão cultural mas na maioria das vezes pelas idéias. Não importa como você é (desde que seja “lagom” e legal), mas o que você pensa. Na verdade, eu me surpreendi e aprendi muito aqui ao encontrar pessoas com estilo hard rock ou punk que são muito diferentes por dentro do que a imagem que tem por fora.
    Obrigada pelo carinho… Será que você tem “Så som i himelen”? Esse filme teve um grande destaque internacionalmente principalmente por causa da trilha sonora.
    Abraços!

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  5. Pingback: Seriados e Filmes Suecos « Uma Caipira na Suécia

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