As Aventuras de Rino

Podia até ser um conto infantil mas não é nada mais do que uma criancice minha. Nada de mal, afinal, “ainda que adulto eu não esqueci como é que se brinca” (desconheço a autoria). Nem tampouco o quanto isso é bom! E já que podia ser um conto infantil…

Era uma vez… um rinoceronte de tecido muito simpático nascido na Inglaterra. O rinoceronte precisava ganhar a vida e por isso acabou viajando para a Holanda onde conseguiu trabalho em um parque de diversões, o Efteling. O trabalho não era lá muito difícil, consistia apenas de esperar em uma prateleira até o dia em que alguma criança muito insistente conseguisse convencer os pais a gastarem três euros em um daqueles jogos duvidosos de derrubar latas. Com um pouco de sorte ele seria o bicho de tecido que sairia da prateleira para um lar holandês, de preferência um daqueles que não fosse habitado por gatos ou cães ou pelo menos, por nenhum gato ou cão que adora morder, arranhar e/ou estraçalhar bichinhos de tecido.

Eu vos apresento… Rino Rinoceronte.

Esse ainda não é o final da história, mas é que preciso de mais um era uma vez… uma moça do Paraná que viajou para a Suécia. Ela e o namorado resolveram dar uma voltinha de carro por aí, e a aventura acabou desembocando em Efteling, aquele parque de diversões holandês. A moçoila nunca tinha andado de montanha russa (com 27 anos na cara!) e apesar do medo de altura achou isso o maior barato! Então ela quis aproveitar todos os brinquedos de “média e alta intensidade do parque”, menos um: o Barco Viking. Todo mundo acha Barco Viking um brinquedinho de nada, mas a moça tem um medo esquisito de balançar, e sempre que olha o brinquedo pensa que alguém vai cair enquanto está no alto e morrer esmagado pelo barco na volta. Bobagem, disse o namorado, que começou a insistir que ela devia ir.

Pararam para resolver o impasse e foi aí que a moça viu uma barraca daquelas “acerte as latas e ganhe uma pelúcia” em que havia um leãozinho de tecido – talvez 30 cm – com as cores mais lindas do mundo. Ele parecia feito a mão e tinha cara de ser todo molinho. Ela queria o leãozinho. Então a conversa dos dois mudou para tipo… ela: eu não quero ir para o barco viking, eu quero brincar de derrubar as latas. Ele: Todo mundo sabe que as latas devem estar grudadas umas nas outras, você não vai ganhar nada. O barco viking é mais legal, vamos lá. Ela: Eu tenho medo de balançar, não quero brincar dessa brincadeira, eu quero derrubar as latas. Ele: O jogo das latas é dinheiro jogado fora, vamos no barco viking que é de graça. Ela: Mas eu quero aquele leão de tecido e sempre fui muito boa de pontaria… claro que eu vou ganhar alguma coisa! Ele: Sim, e também vai ganhar se ir para o barco viking… nada vai acontecer se você balançar, olha lá, é bem mais tranquilo do que a montanha russa. Ela: Eu vou no barco viking se formos para o jogo das latas. Ele: Hmmmm. Tá bom, mas primeiro o barco.

Então eles foram para o barco viking e apesar da moça fazer o maior escândalo e ter gritado desde os primeiros 30 segundos de balanço até a hora que o treco parou, mal conseguiu se sustentar nas pernas correu para a barraca dos bichinhos de tecido tentar a sorte. Derrubou 6 latas de 10 e ganhou… um rinoceronte de tecido de 15 cm. Ela ainda olhou uma última vez para o senhor leãozinho, mas quando olhou para o rinoceronte de novo percebeu que ele tinha como que um sorriso e achou ele bem mais simpático que o outro. Decidiu que ele se chamaria Rino.

Quando voltaram para o carro ela percebeu que o Rino era inglês e pensou que já que ele tinha viajado até a Holanda ele ia achar o maior barato sentar na frente e curtir a paisagem enquanto eles tocavam para a França. Tudo acabou virando um super brincadeira, o Rino emprestou os óculos de sol dos viajantes e até deu uma de “loro”, viajando no ombro da moçoila paranaense.

Desde lá, a cada vez que ela viaja para um lugar novo a moça faz questão de levar o Rino junto afinal, com uma companhia tão sorridente e simpática, claro que a viagem fica bacana. Ninguém sabe se ele já tinha esse sorriso antes de encontrar a moça paranaense, mas é certeza que depois disso ele nunca deixou de sorrir (mesmo quando dividiu casa com a gata “Gatinha” da irmã da moça).

Fim.

Faz um tempo comentei com a Mari (do Mundo da Mari) sobre o Rino, que ele me acompanhava nas viagens e que eu tirava fotos dele e tals e ela disse que eu devia escrever um post sobre as “Aventuras de Rino”. Enrolei e enrolei, depois de Alguero decidi que devia escrever, mas vai ficar uma lacuna porque quando a gente foi para Dalarna em março levei ele na mala mas esqueci de tirar fotos. O mesmo aconteceu quando estive em Halmstad, mas fora esses foras, sempre registrei a presença do Rino quando ele foi viajar comigo: no carro para a França/Alemanha, em casa no Brasil, em São Paulo, em Curitiba (ao lado da onça pintada da minha prima), em Balneário Camboriú (e arredores), em Göteborg, em Alguero…

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Qual é que é que será o destino da próxima aventura do Rino??

=D