Não vou repetir (de novo!) que a Suécia não fica na Suíça e que aqui ninguém fala alemão… mas achamos um PDF muito interessante na página da Sweden abroad (clique em Sweden abroad para acessar o PDF) que fala a respeito de qual é a imagem que o Reino da Suécia tem para a população de alguns países do mundo, entre eles o Brasil, e…
Dois em cada cinco brasileiros sabem (ou afirmam saber) o que é a Suécia. Segundo o documento, os brasileiros associam a Suécia a Copa de 58 (claro!), caminhões (Volvo), um lugar escassamente povoado (tem razão), um país muito frio do norte (com certeza) e com alta taxa de suicídios (hummm). Bom, deixo claro que os comentários em parêntese são de minha autoria e não estão no documento da Sweden abroad e que até posso entender a associação a Copa do Mundo, Volvo, povoamente escasso e frio, mas essa do suicídio, da onde é que saiu? E é tão forte que já deu, e muito, o que falar até mesmo no blog da Lola, que nem mesmo mora na Suécia!
Apesar de associar a Suécia a “extremamente frio” e a “alta taxa de suicídios”, os brasileiros que afirmam “conhecer a Suécia” acreditam (quatro em cada cinco) que a Suécia é um país entre favorável e muito favorável para se viver. Segundo a pesquisa, os suecos são vistos como reservados (na mosca!), bem educados (também) e muito éticos no trabalho (essa eu ainda não vou opinar). As marcas mais conhecidas são Volvo, Ericsson, Scania, Electrolux e Sandvik; e as personalidades mais citadas são Ingmar e Ingrid Bergman, Santa Brígida, a rainha Silvia e Alfred Nobel.
Eu lembro que na época em que conheci o Joel minha imagem da Suécia estava restrita a quatro coisas: Abba, vikings, o terceiro maior país da Europa e loiras com peitões (o que Hollywood não faz com a cabeça da gente?). Claro que eu também pensava em coisas como qualidade de vida e etc, mas nunca havia lido muita coisa sobre a sociedade ou a política na Suécia e nem sabia que a rainha sueca tem sangue brasileiro. Também não estava muito interessada na Escandinávia… lembro até de ter visto alguns documentários sobre a história das guerras entre os povos escandinavos, mas não era nada que me marcasse de forma especial…
Daí eu conheci o Joel… pirei, li tudo e mais um pouco que encontrei na internet sobre o país, inclusive muitas informações erradas mas, por mais estranho que seja, nenhuma informação pertinente a respeito da taxa de suicídios suecos. Li um pouco sobre a história, sobre política e principalmente sobre a importância e a interessante política de proteção ao meio ambiente sueca – principalmente no que diz respeito a preocupação com a reciclagem, não poluição e a busca de fontes de energia renováveis.
Às vezes o pessoal aqui me pergunta: o que você acha da Suécia? O que você pensa do povo sueco? O que você acha que é tipicamente sueco? Aqui é da forma como você imaginava? Para a última pergunta eu sempre digo não, achava que seria pior – mais difícil e mais penosa – a adaptação: pessoas mais carrancudas, o frio ainda mais frio (peguei um inverno ameno!), possibilidade zero de me enturmar. Eu acho que é tipicamente sueco comer comida fria (pra mim isso é o ó!) como salmão e batatas, sem sal; mostrar horror ao açúcar; balançar o corpo pra frente e para trás e chamar isso de dançar; ter de beber (muito) para “dançar”; gastar a noite discutindo política ao invés de “dançar” e amar o Melodiefestivalen… como também um Natal lindo com muita luz; um povo louco pelo sol; gente que sabe valorizar pequenas coisas – como sair para caminhar mesmo que seja um dia de chuva; gente que gosta de ficar junto e ter uma noite “mysigt” (sem loucuras, só para curtir mesmo). Já para a primeira e segunda questão eu não tenho resposta… tudo muda, o tempo todo; tem dias que eu amo de paixão, tem dias que eu odeio com toda a minha razão!
E vocês? Qual a sua imagem da Suécia? O que mudou depois de mudar (quem mora aqui…)?
Hmm… Antes de vir para cá pensava na Suécia como um país com menores desigualdades sociais, casinhas de madeira, pessoas que gostam de ler, muitas florestas e lagos, o Natal escuro e luminoso ao mesmo tempo… Eu pensava que este país não tinha defeitos! Eu já tinha visitado a Suécia duas vezes antes de me mudar, para visitar a minha prima (que vive aqui), e gostei de t-u-d-o, tinha uma visão bem “mágica”, ao contrário das minhas irmãs, que não curtiram nada. Hoje sei que este país tem defeitos. Quando me mudei, custou-me muito habituar-me ao silêncio. Parecia que nem os cães ladravam e nem as crianças gritavam, o que me deprimiu. Cheguei cá no final de outubro e assustei-me com a escuridão. Ainda hoje, consigo lidar com o frio mas não com a escuridão. Mas o que me incomoda mais é a dificuldade em socializar e fazer amigos com os nativos. De resto, mantenho um pouco da minha visão “mágica”… Ainda bem. Beijo!
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A Suécia é o terceiro maior país da Europa em termos de área e tem uma baixa densidade populacional para a área que possui, sendo que esta se concentra na sua maioria mais para sul da Suécia. :)
Sobre o facto de existir uma elevada taxa de suicídio na Suécia, existem muitos estudos que dizem que realmente existe uma alta taxa, mas tem muito a ver sim rotação solar e existir muito tempo de escuridão. A falta de sol aumenta o risco de distúrbios e depressão.
Em relação ao facto de os suecos serem reservados, o que é um facto, e com muita pena minha, porque é difícil ter amigos aqui, há tempos falei com uma pessoa que já vive aqui há mais de 20 anos e ele comentou comigo que os Suecos são mais reservados porque uma grande percentagem da população vive sozinha e muitos nem sequer tem uma relação de “homem/mulher” e depois quando chega o inverno e o tempo fica mais escuro as pessoas tendem a ficar mais deprimidas.
Mas apesar de tudo é um país bonito para se viver e espero continuar a vê-lo assim por muitos anos. E continuo na esperança de conseguir fazer amigos por estas terras. :)
Beijinhos
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Maria, é bem interessante observar o passar do seu tempo aqui na Suécia e a forma que você escreve a respeito disso. Sobre suicídio, a Suécia é um país com excelente estatística. Por aqui se registra “tudo”, ou quase tudo. inclusive suicídios. Então fica difícil comparar um país onde houveram cem suicídios e cem registros, com um país que teve 100 suicídios e 20 foram registrados! Parabéns pelo texto. bj
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Pra mim sifnifica qualidade de vida e sem dúvida segurança .
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Alô meninas!
Joana,
Quando vim a Suécia a primeira vez fiquei encantada com o tanto de verde que vi por aqui. Lembro bem que isso me marcou mais do que todo o resto! Também achei super importante que Göteborg não me pareceu uma cidade monstro como a maioria das cidades grandes no Brasil… mas não estava apaixonada antes de mudar… acho que sou uma mulher difícil de conquistar! hahahaha
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Ana,
O menina que bom te ver por aqui de novo! Eu também acho muito mais difícil enfrentar o escuro do que enfrentar o frio, acredito em você quando diz que a escuridão mexe com os nervos das pessoas! E então, não desista dos suecos não: eles são fechadinhos sim, mas quando vocês conquista a amizade deles é super!
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Cíntia,
Tudo muda, o tempo todo… e eu passei a curtir mais a Suécia os últimos tempos (deixei de birra. =). Isso foi o que a gente comentou lá trás quando lemos o guest post na Lola, não foi? A estatística de suicídios no Irã é de 0% – até mesmo porque a tentativa de suicídio lá é punida com a morte…
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Vânia!
São Paulo é para os fortes amiga! Eu não poderia ter vivido lá nem um terço do que você viveu (acho que por isso mesmo nasci lááááá no interior). Segurança aqui é realmente uma coisa maravilhosa, em todos os sentidos!
Beijos!!!
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Nossa, que legal seu post Maria!
Eu vejo a Suécia como um dos melhores países para se viver. Mas, também, isso parecer ser quase inquestionável para todo o mundo.
A cultura sueca é realmente fantástica, pelo menos, o que parece aos meus olhos.
Tudo o que vejo é isto: pessoas certinhas, com a cultura do confiável, sem a maladragem, que, aliás, aqui no Brasil, é muito bem conhecida, além de serem pessoas, os suecos, muitos pontuais (o que já inclui na parte de “certinhas” :)!
Quando eu vejo falarem sobre a Suécia, duas coisas de pronto veem à cabeça:
a primeira é pessoas lindas e LOIRAS, e, em segundo é a diversidade cultural, que hoje, justamente pela forte imigração é a Suécia, sobretudo nas cidades maiores, como Estocolmo, existe!
A Suécia, além disso, me parece ser um país fortemente embasado na igualdade. Refiro-me a todo tipo de igualdade: homem e mulher, reconhecimento de casamentos homo/heteroafetivos, cidadãos e estrangeiros.
Além disso, muito se sabe, que a Suécia é um país que está fortemente ligado à questão dos Direitos Humanos. Creio que isso em razão de sua cultura, conduzida pelo respeito ao outro.
De outro modo, vejo os suecos como, ao contrários dos brasileiros, bem “na deles”, discretos, isso o que quero dizer é que se eu não for “puxar assunto”, ele, o sueco, não virá. O que, nesse último ponto pode ser um pouco difícil começar uma amizade.
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Há um tempo atrás, em uma semana inteira fizeram uma reportagem sobre a Suécia, “The Green Kingdom”. Eu achei muito surpreendente. Não canso-me de ver!:
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Oi Gio!
Obrigada por deixar os links, é interessante para o pessoal que ler o blog mais tarde e perdeu essa ai no Brasil. Bem interessante isso que você comentou da busca pela igualdade: sabe que aqui na Suécia até os deficientes fazem campanhas para serem tratados como deficientes? Tipo, me trate como um ser humano deficiente, e não como um coitado!
Concordo que a diversidade cultural seja uma marca forte das grandes cidades, mas nem toda a gente loira aqui é linda viu? O pessoal aqui tem horror a aparelho dentário, por exemplo, e quem ficou com os dentes tortos depois da adolescência dificilmente usa aparelho: além de acharem estranho (que um adulto tenha uma coisa de criança na boca) os preços são super salgados!
Abraço
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