To super desanimada. Sim: isso significa que meu programa de exercícios já foi por água abaixo. Na verdade, o mundo não acabou, nada está perdido para sempre, mas desde a quarta-feira da semana passada não levantei mais nem um pesinho, não fui mais caminhar, não treinei mais flexões, nem os polichinelos!
Cheguei a conclusão de que estou com um sério problema de baixa estima. Nunca na minha vida me incomodei tanto com meu “excesso de peso”, e eu realmente entrei no pique e trabalhei firme e forte. Mas eu não consegui descobrir se é uma desculpa ou se é realmente um agravante a questão dos meus horários de trabalho. Com o Zé eu tenho uma agenda fixa, trabalho todo dia assim e dia assado toda a semana. Já com o Zezinho (o menino autista) eu sou substituta, aí acontece por exemplo coisas meio loucas como esse fim de semana (ou desde quinta-feira) quando uma moça adoeceu e eu cai dentro da agenda. Resultado: trabalhei quinta, sexta, sábado, domingo, segunda, hoje e vou trabalhar todos os dias dessa semana até o domingo.
A verdade é que os patrões me ligam e perguntam se eu quero trabalhar e que eu tenho liberdade para dizer não – por ser apenas substituta – eu tenho outra coisa para fazer. O problema é que quando ninguém está doente eu trabalho só dois dias por semana… então é melhor dizer “sim, eu estou disponível!” do que esperar até que o próximo assistente fique doente! Daí eu estrago minha rotina…
Me sinto exausta porque se eu passo 8 horas no trabalho isso significam 10 horas fora de casa. Nessas dez horas eu posso estar em super atividade ou quase que dormindo. Explico: se eu tô com o Zé e ele tá na cidade podemos estar para lá e para cá olhando coisas em lojas; se eu to com o Zezinho e ele está disposto estou brincando o tempo inteiro. Mas às vezes o Zé quer só assistir um filme, e eu vou sentar ao lado dele (mesmo que eu tenha assistido ao mesmo filme 20 vezes), ou às vezes o Zezinho vai querer só que eu leia um livro (lembro de uma noite que passei uma hora e meia lendo para ele duas histórias diferentes e ao fim ele sempre pedia para que eu repetisse… só parei porque meu turno acabou!). Sem contar toda a questão do esforço físico: vestir, despir, corrigir a postura, mudar de posição uma pessoa adulta é pesado pacas… quero qualquer coisa que esteja incluída dentro da opção descansar quando meu turno acaba. E isso não incluem exercícios físicos.
Eu tenho tentado me alimentar melhor e por isso tenho sempre frutas na bolsa. Infelizmente eu não sei explicar mas tenho uma carência louca por coisas salgadas (alguém aí já viu fruta salgada? me conte o nome), e daí posso comer o que quiser doce que ainda chegarei em casa louca por um prato de macarrão com molho de tomate. Sorte que na minha lista de prioridades estão também um banho quente e a minha cama. Por preguiça não faço o tal macarrão, como qualquer coisa (salgada) e vou para internet/banho/cama.
E como mal. Pensando no tal prato de macarrão que eu teria de cozinhar em casa nesses dias eu sempre como porcaria. E por porcaria leia-se Mac Donalds. Obviamente esse foi um costume que adquiri aqui na Suécia pois na minha cidade no Brasil não tinha nenhum Mac Donalds. E mesmo que a gente comesse x salada ao menos uma vez por semana acho que não era tão gorduroso e tão junk como ir a esses restaurantes fast food. Mas depois de comer duas ou três variedades de frutas e ainda sentir o estômago vazio lá estou eu parada a espera do próximo trem que chega em 10 minutos pensando: quanto tempo demora para entrar na fila do Mac Donalds e pedir um Mac Feast? Voltei a tomar coca-cola… até quando compro um kebab peço uma coca-cola para acompanhar.
Alguém vai dizer que eu posso acordar mais cedo para me exercitar. Desculpe alguém, mas eu sou boa de cama e eu preciso desfrutar de ao menos 8 horas bem dormidas de sono. Ou isso ou sou uma lesada no dia seguinte – além de ficar de mau humor. Não é legal trabalhar com pessoas mal humorada.
Ainda bem que tenho aquelas semanas em que trabalho apenas dois dias. Então faço exercícios e cuido melhor de mim mesma. Pior que assim fica difícil ver algum resultado.
E eu definitivamente não to feliz com meu corpo.