Neva em Göteborg, finalmente! Está frio pacas mas eu me junto ao coro de alguns milhões de suecos que amam a neve porque, graças a ela, tudo fica mais claro, mas bonito, mais branco, mais gostoso. No dezembro passado choveu, choveu e choveu apenas e o resultado foi que tivemos dias interminavelmente escuros e cinzas, dá uma depressão que vou lhes contar!
Mas como não há jeito de agradar a gregos e troianos nem bem o primeiro dia de neve teve fim iniciaram-se os rosários de reclamações: é caos no trânsito, caos nos hospitais, caos, caos, caos nas manchetes do jornais… Se o mundo não acabar em 21 de dezembro (e sabemos que não vai), as previsões indicam que morreremos de frio – é, depois de dois dias nevando o frio já passa a ser tenebroso e a neve nunca acabará! Os ônibus atrasam, os spårvagns (abrasileirei o termo) param, ninguém mais vai andar de bicicleta (todo mundo vai usar os ônibus e spårvagns que atrasam e por isso ficam ainda mais cheios); é difícil pacas empurrar a cadeira de rodas do Zé…
Tudo começou com uma virada do tempo na sexta (já estava nevando em outras partes da Suécia desde a semana passada), quando as temperaturas ficaram abaixo de zero a primeira vez neste outono; despencando para -10 graus C no domingo. Nevou ontem, nevou hoje e espero que neve amanhã – eu ainda acho lindo. E se daqui a uma semana eu estiver reclamando do frio isso não importa porque agora mesmo estou feliz e satisfeita!
E está oficialmente aberta a temporada do ano em que todo mundo esquece luvas, toucas e cachecóis dentro do spårvagan/ônibus/perde por aí, que passamos calor dentro das lojas, que escorregamos por todos os lados em que pisamos e que o número de fraturas em idosos, crianças e desavisados cresce tanto que tem apenas o céu como limite! Escorreguei hoje e quase caí (me segurei na cadeira do Zé) e ontem quase que congelei meus dedinhos pois acreditei ter esquecido minhas luvas no spårvagn!
Parece bobo isso mas pense na maratona: primeiro você coloca um enorme cachecol ao redor do pescoço, uma touca (do tipo justinha para segurar as orelhas – sim, se você não usa touca as orelhas podem congelar e cair e você nem vai perceber) e luvas para que os dedos não congelem; fecha o casaco até em cima e sai de casa. Chega no ônibus/spårvagn e é quente e sufocante ficar com tudo (5 minutos são suficientes); você tira a touca e as luvas e enfia dentro da bolsa enquanto abre o casaco e desata um pouco o cachecol. Um ponto antes do destino refaz a operação veste tudo mais uma vez. Ou seja, isso nunca funciona porque ninguém faz isso um ponto antes daquele em que vai descer!
Eu ia deixar umas fotos, mas… não consigo editar de um jeito que me deixe feliz… e a ferramenta de inserção de mídia no blog já mudou de novo – justo quando eu tinha aprendido!
Fica para a próxima!