Inverno!

Em janeiro o inverno chegou valendo em Göteborg. Não que já não estivesse frio antes mas… em janeiro parou definitivamente a chuva – agora neva um pouquinho a cada dois, três dias – e as temperaturas estão abaixo de zero desde a segunda semana do mês. No final de semana tivemos -12 C ontem durante o dia, e -17 C na noite/madrugada de sábado para domingo…

E acabou a água quente, tomei banho frio no sábado e banho tcheco ontem – ninguém merece. Liguei hoje para o pessoal que faz a manutenção no bairro e reclamei (porque a água quente vem sumindo desde a quarta feira passada) e eles me perguntaram se não recebemos o aviso que o pessoal está trabalhando e que a água quente poderia sumir entre os dias 16 e 18 de janeiro. Não recebemos e pior: ontem era dia 20! Fico imaginado quem são os coitados que trabalham com encanamento quando fazem graus negativos… e por que não trabalhar com isso na primavera ou verão?

Inverno é sinônimo de resfriado e gripe e apesar de eu não ter passado nenhum aperto por enquanto – não peguei gripe/resfriado que me deixasse de cama, apenas aquelas coisinhas de ficar chatinha por um ou dois dias – já cuidei de doentinhos e fui ao médico… e olha que ir ao posto de saúde na Suécia quando se está gripado é super perda de tempo!

Tudo começou quando Joel passou uma semana zumbizando pela casa com febre, dor de cabeça, super esgotado e eu enchendo o saco todos os dias: você tem que ir ao médico. Nossa ladainha tinha também o responsório porque ele dizia: não adianta. Você tem que ir ao médico: não adianta. Você tem que ir ao médico: amor, não adinta… Você TEM que ir ao médico:… . Fomos. E o médico mandou comprar paracetamol e ir para casa descansar! Ponto para o viking.

Semana passada fui com o Zé para o médico – não, eu não disse para ele o “você tem que ir ao médico” – e chegando lá comecei a reparar nos cartazes e orientações espalhados pela sala de espera do posto de saúde: “Febre, dor de cabeça e cansaço podem ser sintomas de diversas doenças mas no inverno não passam de resfriado em mais de 81% dos casos. Fique em casa e descanse.” e “Antibióticos devem ser prescritos apenas em caso de necessidade.” ou “O corpo demora em média 7 dias para vencer sozinho uma gripe; e com a ajuda de antibióticos? Também 7 dias.”. Use álcool gel e como espirrar/tossir educadamente, além de diversas dicas de como fazer a higiene de crianças resfriadas também estavam em panfletos e cartazes eletrônicos. Além dessa tinha uma série de coisas do tipo: inflamações nos olhos (de crianças) podem ser uma extensão de gripes e resfriados, proceda assim e assado, antibióticos não são necessários…

Eu já comentei por aqui que acho super estranho essa coisa de fique em casa e descanse – é, eu sei que é melhor quando se pensa no coletivo sim – mas a maioria dos suecos vivem sozinhos e imagine a situação: ninguém vai para a casa da mãe tomar colo e canja de galinha não, o povo fica em casa com febre assistindo tv. Que deprimente!

E pra sobreviver ao inverno não é tão difícil como imaginei. Certo é que esse é o segundo inverno que passo por aqui, então já estou mais forte, já me acostumei, não preciso mais de 3 casacos mesmo dentro de casa… uso o meu vermeio todo dia – eu não lembro no blog de quem, mas alguém escreveu que casaco de inverno é igual carro: a gente usa pra sair; e é verdade – e cachecol, toucas, luvas, mais boas botas (se não passar o vento e não molhar, não importa se é artigo de second hand ou Natur Companiet, você vai sobreviver). O que lasca é a escuridão porque, sinceramente, há noites em que durmo 10 horas e ainda acordo cansada. Sabe por quê? Porque a maioria dos animais hibernam durante o inverno nessas bandas… só os animais racionais escravos do capitalismo selvagem é que não.  Mas, esse não é um blog socialista e a luz está voltando…

Frio, escuridão, nada melhor do que assistir um filme. E essa semana eu tive o prazer de ver Django, o contraditório filme de Tarantino. A-m-e-i. Primeiro: porque é um excelente western – eu gosto de western, precisamos de excelentes filmes nessa linha para que o gênero não morra. Segundo: Tarantino é sanguinário mas todo western é um tanto sanguinário e aqui não há a metade do sangue que rola em Kill Bill ou Trezentos. Terceiro: o elenco é muito bom. Quarto:… já chega. Deu para entender que vi e que recomendo certo?

Também aprendi que o melhor a se fazer quando queremos nos manter quentes no inverno é visitar amigos. E por que não fazer novos? Finalmente encontrei algumas parceiras da blogosfera que ainda não tinha tido o prazer de abraçar: Nara, Karine e Débora; além da Vânia que já virou companheira de tricô há uns tempos. Pensem num encontro quente, o trem ferveu! Certo é que tivemos que nos esconder num café mas nem as baixas temperaturas derrubaram nosso ânimo.  Muito obrigada as meninas que vieram!

Agora, de volta ao livro!

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Pra quem viu a versão do post com a foto da mulherada que agora sumiu, sorry! Word press tá com vontade própria hoje e a foto fica no lugar em que deve estar de jeito nenhum. Quem sabe ela volte mais tarde…