Aviso: post desabafo.
Tem dias que é difícil acreditar na capacidade de… eu nem consigo pensar numa palavra para expressar – do ser humano. Ultimamente esqueço as palavras e fico fuçando no meu dicionário português-português sinônimo ou definição para aquilo que tô tentando dizer.
Porque tem dias que é difícil acreditar na alta taxa de desumanidade da humanidade. Ou de alguns humanos, se é que os tais poderiam ser classificados assim: gente que vê o negro, o pobre e a mulher de outro jeito. Gente que ganha o suficiente para pagar 30 milhões de dólares por mês pelo condomínio do prédio e que tem poder suficiente de lascar com a vida de todo o trabalhador que luta para ter algum direito social – porque o cara só ganha um salário mínimo e meio mas olha só, ainda quer benefícios o vagabundo! Quer viver encostado no governo!
Não sei se o problema de todo esse texto confuso começou porque eu acabei caindo aqui na Suécia onde o povo luta – ou pelo menos tem um discurso de luta – pela igualdade. Mulheres devem ter igualdade de direito como os homens; deficientes devem ter os mesmo direitos de pessoas “normais”; e quem é rico paga mais imposto para que o sistema possa apoiar o pessoal que não caminha no mesmo passo – leia-se pobres.
Esse dinheiro vai, por exemplo, para o pagamento do socialbidrag (a bolsa família sueca). Basta morar na Suécia e ter o número social para que a pessoa esteja apta a receber o bidrag (esmola) ou o bistånd (assistência). Dependendo do grau de pobreza da família (e do número de filhos) o bidrag pode alcançar o valor de 3500sek – mais ou menos R$1093. Eu sei o que você pensa agora: isso não é esmola mas sim; isso é esmola se considerado que o salário de uma pessoa que trabalha 40h semanais em um emprego normal é de 17000sek (após o imposto). Além disso a família vai ser contemplada com um apartamento – porque com 3500sek não vai dar para viver e pagar aluguel.
Aqui nasce um problema: estrangeiros. Agora vou pintar a realidade mais horrorosa da Suécia (tirem as crianças da frente do computador): pense em uma família de estrangeiros, pessoas negras vindas da Somália, que não falam a língua, muçulmanos, que não entendem merda nenhuma dessa cultura vikingiana e fechada, e não conseguem trabalho. Fugiram de uma guerra. Tem 5 filhos. Recebem o bidrag. E um apartamento que custaria mais umas 7 mil coroas por mês. Agora são 10mil e quinhentas coroas – pois a família não paga o aluguel mas o Estado paga. E se contarmos mais um auxílio ali e aqui – porque crianças e adolescentes não pagam dentista na Suécia por exemplo – plus pequenos adicionais por cada criança pequena (licença maternidade dá um dinheirão na Suécia e quer ver família parideira são essas aí de refugiados! Vixxx é um filho por ano!!) dá para dizer que o bidrag delas alcança os 12 ou 13 mil coroas mês (quase R$ 4mil) fácil, fácil.
(Só para sublinhar eu não tenho nenhuma fonte segura que o trem funciona assim mesmo, mas e daí? Não cheguei ainda nessa parte do meu estudo da sociedade sueca, mas todo mundo acha isso e pensa assim então por que eu deveria parar e questionar a realidade? Censo comum é o que há! Além do mais, eu escrevo aqui o que bem entender e ainda vou compartilhar no Face as minhas meias verdades… aposto que vai ter um bando de suecos me dando likes!).
Que infâmia! Eu trabalhando duro pra pagar a vida boa daqueles vagabundos… e crescem fóruns na internet dizendo que a Suécia tem que fechar as portas para os imigrantes refugiados porque eles vem aqui comer o dinheiro do povo honesto e trabalhador, sobrecarregar o sistema e ainda por cima tirar o dinheiros dos aposentados… Sabe o quê, esse discurso não parece familiar? É. A diferença é que aqui pelo menos o povo está fazendo isso contra pessoas que não tem a mesma nacionalidade!
Porque enquanto isso no Brasil… o governo dá esmola para a população e chama de Bolsa, e coloca na peneira dessa “bolsa” que a renda familiar mensal deve ser menor ou igual a R$140 reais por pessoa da família (faça as contas: se forem 5 pessoas na família a renda mensal não pode ser maior do que R$700, um pouco mais que um salário mínimo), e que o valor médio* da bolsa é de R$119… e tem gente que tem a capacidade de escrever bem grande por aí (leia-se no Facebook) que o problema do Brasil é gente que se encosta no “Bolsa Família”. E daí todo mundo compartilha, porque alguém disse uma grande verdade! Vou ganhar um monte de likes quando digo que o povo brasileiro é vagabundo e só quer viver do Bolsa Família! Ebaaaaaa!
E não é uai? Eu trabalho duro para sustentar esse bando de vagabundos! Gente que não vai trabalhar porque recebe o Bolsa Família, Bolsa isso e Bolsa aquilo do Governo Federal. E eu aqui na Suécia to pensando seriamente em voltar amanhã para o Brasil porque lá eu não preciso nem trabalhar, eu e Joel podemos nos inscrever no Bolsa Família do governo federal e ter um auxílio mensal de R$119 por mês.
É uma vergonha mesmo e um peso uma nação tem que sustentar esse pessoal todo ai – quantas? quase 13 milhões de famílias – que ganham R$119 mensais… Tem que botar no Face mesmo, tem que denunciar, tem que trazer pra discussão… só que NÃO! NÃO! NÃO! NÃO e não! Acorda Brasil! Bolsa isso e bolsa aquilo não existem! Ninguém vive com R$119 mensais… e por favor não coloquem nos coments que o Brasil também tem bolsa aluguel antes de ler o que é e para que serve. Aliás, fica aqui uma excelente dica para esse povo que vive compartilhando grandes verdades sobre um tudo na internet: cheque a fonte! Na maioria dos casos a única coisa real que você está compartilhando é preconceito.
Na Suécia há uma campanha para se fechar as portas aos refugiados. No Brasil, para estigmatizar ainda mais a pobreza – e os próprios brasileiros. E um monte de gente dá likes para isso. Que lindo… tem dias que não dá para acreditar na desumanidade da raça humana.
Vamos aprender a ser civilizados, a sermos humanos nas redes sociais? Vamos aprender a respeitar o negro, a mulher e o pobre?
Ou pelo menos, a parar de compartilhar bobagens e mentiras?
#prontofalei.
*
O “benefício” do Bolsa Família pode alcançar o valor mínimo de R$70 e máximo de R$306 – para a ultima das opções a pessoa tem que ter 5 filhos na idade entre 0 e 15 anos e dois filhos em idade entre 15 e 17 anos. Lembram que o per capta para receber bolsa família é de R$140 por pessoa (no máximo)? Vamos imaginar uma família margarina (pai e mãe com os filhinhos), a renda mensal dessa família margarina não pode ser maior do que R$1260. Opa! Mais os R$306 do programa, essa família terá a renda mensal de R$1566!! Só que não… a maioria das grandes famílias do Bolsa Família não são família margarina e não tem papai e mamãe. Se apenas um adulto trabalha, pode contar aí um salário mínimo (R$678 para 2013 certo), o que significa que essa aventurada família que recebe esmola do governo teria uma renda mensal em torno de R$984. R$984! Puta dinheirão para o desenvolvimento de sete crianças e/ou adolescentes…
Eu lendo a legislação social sueca encontro um parágrafo da mesma deixando claro que se a pessoa que recebe o bidrag sueco quer usar o dinheiro para viajar a opção é dele/dela. Ninguém tem o direito de julgar isso.
Muito humildemente, na minha opinião, em termos de Brasil, se alguém quiser usar o dinheiro do bolsa família para viver “apenas disso”… bom, a opção seria dele/dela. Ou será que eu tenho o direito de julgar isso?
E em que cidade brasileira que se vive com R$ 140 por pessoa?Se tem família encostada nessa renda mensal, com certeza não tem qualificação para alcançar uma vaga de emprego melhor… e assim a bola de neve é enorme e se defasa! Esses assuntos são bilaterais, plurilaterais para se discutir! Concordo com o ponto de vista de alguns suecos sobre os imigrantes, mas vejo algumas “campanhas” de falta de pessoas para algumas atividades por aqui, então essa imigração deve ter um lado positivo que deve ser também divulgado.
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Oi Bianca!
O acolhimento de refugiados pela Suécia é uma imposição/requisição da EU e de contratos internacionais de direitos de venda de armas. O que a Suécia faz por essas pessoas não é caridade, caridade a gente faz quando decide por livre e espontânea vontade ajudar um outro com dinheiro ou apoio – a Suécia faz esse acolhimento por obrigação. Claro que as opiniões se dividem e tem gente que quer inclusive que a Suécia saia da EU para poder dizer não aos imigrantes oriundos do leste europeu. Eu particularmente acho que a inclusão do imigrante – seja refugiado ou não – por parte do governo sueco é uma bosta; os responsáveis pela minha inclusão social aqui foram os membros da família do meu namorado. Sem eles, eu não teria emprego e nem falaria sueco. No Brasil eu vejo a mesma falha com relação ao Bolsa Família: falta uma maior inclusão da pessoas que recebem o benefício, a única coisa que vem acompanhada pelo benefício mensal é uma série de responsabilidades (crianças na escola, vacinas em dia, participar do programa PAIF entre outros – e isso é positivo) e o estigma social de ser usuário do programa. Existem ótimas experiências de inclusão por meio do Bolsa, mas elas não tem a metade da luz e olofotes que tem o estigma de fazer parte do programa. E isso se dá, principalmente, porque o que predomina é esse senso comum, nas redes sociais, reforçando a marginalização.
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Ola
A Suécia é muito procurada pelos refugiados porque lhes proporcionam um melhor nível de vida relativamente aquela que possuem no seu país de origem. Tal como procuram França, ou outros países considerados mais ricos. Você não vê refugiados a pedir asilo na grande maioria dos países da UE. A politica sueca é que tem de criar condições e estabelecer regras para impor à entrada aos refugiados. A começar pelo facto de o estado pagar as casas onde moram, afinal se eles não o fazem aos suecos não tem motivo para o fazer aos refugiados. O que eles devem fazer é proporcionar a nivel de segurança social os mesmos benificios mas depois tentar encontrar com eles locais que lhes proporcionem emprego para que consigam viver. Existem muitas mulheres que não trabalham e ficam a cuidar da prole de filhos, fazendo disso emprego, até porque na cultura delas o marido nem as deixa trabalhar. Bom mas nem vale a pena ir por aí, porque se fosse para falar havia tanta coisa para dizer. Eu já vi algumas situações de refugiados que não fazem qualquer sentido e quem paga são todos os que trabalham, sejam suecos ou outros imigrantes, para os beneficiar e eles vivem apenas a custa disso, enquanto um cidadão sueco ou imigrante que decidiu fazer aqui a sua vida tem de lutar para viver e sobreviver.
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Concordo com você e adorei seu texto! É muito fácil pra gente, que não precisa desse dinheiro, julgar. É um dinheiro necessário sim, só que acho que pra realmente “tirar” não sei quantos milhões de brasileiros da pobreza ( como a Dilma faz questão de dizer sempre) a gente precisa investir em educação pública DE QUALIDADE! É aquela velha história de “ensinar a pescar”.
E sobre essa história dos refugiados achei o discurso um pouco nazi-fascista. Li uma coisa parecida recentemente na França.
Parabéns pelo blog(primeira visita aqui hahah)!
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Oi Ana!
Verdade que tem gente que se encosta, isso não é privilégio dos refugiados que vivem na Suécia, isso é quase que cultura no mundo. Cria-se uma lógica na qual o esperto é aquele que não trabalha, é aquele que tira mais do menos e que sem esforço consegue ganhar um monte de coisas. Infelizmente, essa cultura furada – furada sim, porque ninguém ganha realmente alguma coisa – é muitas vezes o sonho de quem está de fora e não consegue alcançar a “teta”. Não precisa muito mais, apenas isso é suficiente para frustrar ainda mais os suecos – que na sua maioria tem uma cultura de trabalhar duro, mesmo que seja para não ganhar nada. Felizmente também existem os refugiados que querem muito, principalmente, para esquecer da triste realidade que viviam.
*****
Oi Laís,
Bem vinda ao blog!
Você está certíssima, e não te parece incrível que todo mundo saiba que esse é o melhor caminho para o Brasil e que ainda assim as gerações se vão sem grandes mudanças? Eu me pergunto o que é necessário para incitar a revolução (educacional) no Brasil…
Beijos gurias
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Ai caipira, sei nem por onde comecar…
Eu fico um pouco indignada com alguns “estrangeiros” que chegam aqui querendo abusar do sistema, mas algumas coisas ai tb são culturais, assim como o brasileiro tem o “jeitinho”, infelizmente cada pais tem lá os seus maus exemplos. Enfim, a Suécia é uma mãe para essas pessoas que infelizmente não merecem.
Mas ai a questao do Brasil. Bom, eu conhecia uma familia que vivia mesmo dificil, na verdade eles planejavam os filhos assim “esse aqui quando nascer vai pagar o puxadinho”. Não estou defendendo, sei que a “bolsa” do Brasil é um dinheiro necessario SIM!!! Mas assim como o bidrag aqui infelizmente cai nas mãos de gente que se escora, eu vejo familías no Brasil que mandam os filhos par rua catar esmola enquanto pai tá gastando o dinheiro na cachaSSa.
Eu jamais julgaria uma familía que realmente precisa desse dinheiro, pelo contrario eu fico muito feliz que finalmente alguém tomou a iniciativa de dar um auxilio pra quem precisa, mesmo que esse auxilio seja mesmo uma “esmola” e como vc disse a maneira que eles usam ou “planejam” o dinheiro não é problema nosso, não é mesmo?
Enfim, caipirinha… O nosso Brasil precisa mesmo é de educacão. Essas pessoas que talvez “se sustentem” com a bolsa, se é que elas podem chamar de sustento, fazem isso e aceitam isso pq não tem educacäo, pq não tem condicões e nem informacão. E assim o nosso país que tem tudo, absolutamente tudo para ser uma das fontes mais ricas do mundo näo acaba com a pobreza, entra num ciclo vicioso, pq infelizmente a corrupcäo que deveria sim dar a bolsa, mas ao mesmo tempo incentivar a escola, os estudos, os livros, a educacão näo faz! É triste mesmo. Eu lembro das campanhas para lerem livros na tv, o programa soletrando e etc… Mas poxa eu venho desse meio, do meio educacional e quando eu fiz meu ultimo ano, fiz o estagio numa escola publica onde as professoras simplesmente passavam o dia tomando cafezinho, ninguém se importava de ensinar as criancas coisas primordiais da vida, näo me refiro apenas a matematica, ciencias e etc.. Me refiro mesmo a bom dia, por favor.. Enfim, educar também é ensinar a viver.
Eita que o meu comentario foi pra outro rumo e virou um post. Desculpa. Mas é que é muito interessante esse assunto e eu acho incrivel a maneira inteligente que vc coloca. Enfim, falemos sobre no chat um dia. Vale a penna mencionar.
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Tema beeem complicado viu Helena? Aqui na Alemanha tbm rola algo parecido, me irrita mt o que alguns estrangeiros, fazem, p ex., qd vivem do dinheiro do governo que tbm é cheio de “bolsas” disso e daquilo e vivem falando mal do país. Os alemaes se irritam com razao ,afinal o dinheiro é deles, mas isso, nossa, é uma discussao mt antiga. E com os alemaes ainda é mais complicado, tudo que eles fazem hj pode ser comparado com o que ele fizeram ontem (leia-se holocausto). é mt dficil mesmo.
Ja com Brasil, acho que essas bolsas nasceram com um bom objetivo, foi louvável e tal, mas sinceramete, acredito que elas viciam as pessoas, que se acostumam e tem toda a questao da eterna corrupcao. Eu mesma vi mt na cidadezinha que morei uma epoca, pessoas usando daquele dinheiro, pra ganhar em cima, colocando nomes falsos ou vivendo mt bem, mas recebendo a tal ajuda. Ou familias tendo ainda mais filhos do que ja tem, pra ter mais direitos.
Mas nunca coisa concordo contigo, essas bobajadas que sao compatilhadas no Face, serio, me cansa MUITO!
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Oi Deby!
Eu entendo a sua preocupação, essa é a preocupação de 99,99% das pessoas com relação a esmola ou caridade: e se esse dinheiro cai na mão de pessoas erradas? Porque convenhamos, a natureza humana é complexa e a gente (digamos assim, pessoas um pouquinho mais letradas) sabemos o quanto é importante nosso papel social, ao contrário de muitos outros que não receberam nem educação para isso (aquilo que você disse sobre as escolas; as vezes eles nem foram as escolas) nem veem um porque do se emprenhar para esse esforço do coletivo. É muita coisa para dizer, mas o que eu quero sublinhar agora é que não há meios de obrigar um vivente a mudar a sua trajetória de vida, mas às vezes uma pequena recompensa ajuda… infelizmente não dá para saber isso antes de dar a bolsa, não é? Falamos mais no chat…
*****
Oi Nina,
Quando eu trabalhei como assistente social lá na terra onde Judas perdeu as botas vi muito agricultor sair bravo da sala da assistente social porque ele não se encaixava no Bolsa Família. Também tinha gente que chegava e mentia na cara dura. Cidade pequena, todo mundo conhece todo mundo, não era muito difícil para a gente alcançar a verdade. Mas no fundo tínhamos uma liberdade que muitas assistentes sociais em muitas cidades brasileiras não tem: não precisávamos nos dobrar as vontades de prefeito/a. Não muitas vezes, em todo o caso. Corrupção, essa é a raiz de toda a merda que atrapalha qualquer tipo de programa de complementação de renda, seja aqui, na Alemanha ou no Brasil. E quanto ao Facebook… olha, não fossem alguns amigos muito queridos com os quais tenho maior contato por lá, eu estaria fora.
Beijos gurias
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Olá,
Olha eu concordo com voce, vivi 3 anos na Espanha, 6 meses na Holanda e agora estou no Brasil aguardando meu visto de residencia para morar na Suecia com meu namorado (ele é sueco).
E cada vez que venho ao Brasil passar uma temporada larga (4 a 6 meses), fico mais indignada e querendo fugir deste lugar, meus amigos que vivem aqui me fazem duras criticas
Te comento, estudei no Brasil com ajuda do Fies, me formei em 2006, e ate hoje levo pagando esta merda de fies, ja entrei com processo porque ao final somando tudo que venho pagando, por um curso de Biblioteconomia, já paguei 30 mil reais para o Governo e ainda nao terminou, agora parece que os juros são menores, mas na minha época não era.
Depois de formada já ganhei 5 bolsas de estudos e estagios do Governo Espanhol, a ultima foi agora em outubro de 2012.
Estranho né, um país que está em crise ainda assim, incentiva estrangeiros a estudar e se aperfeiçoar, além do mais me pagam por isso.
Já nao posso dizer o mesmo do nosso querido governo brasileiro, nunca me deu nenhuma bolsa ou ajuda.
Graças ao governo espanhol, tenho um CV respeitado no mercado e cheguei ao Brasil no dia 26-12 e já estou trabalhando em 2 grandes empresas, que temos que assumir, brasileiro é mto paga pau de quem vive fora…meu CV é bom, mas só de eles verem que eu estagiei fora do Brasil…as portas se abrem facilmente.
Agora fico olhando as bolsas e ajudas no Brasil: se voce trabalha é comete um crime sua familia receberá um salario (nao estou certa se são 900 reais) durante todos os anos que voce passar na prisão. Mas se voce trabalha e ficar doente, um cancer, uma doença que exija um tempo maior sem trabalhar, ai amiga vc se fode o INSS só cobre 6 meses, ou vc fica bom em 6 meses ou vc se vira, porque o governo não vai ficar dando dinheiro ou assistencia para doente, mas se vc matar alguem daí sim vc recebe legal, né. Entao se vc descubrir que tem um cancer, vai logo e assassina alguem para poder receber assistencia, dinheiro, comida e “mordomia” na prisão.
Conheço mtas pessoas que agora estão conseguindo entrar na Universidade graças ao Enem, prouni, sisu,…a maioria das vagas são preenchidas em Universidades daquelas paga o diploma e Receba em sua casa….Universidade pública e federal continua sendo para os mais ricos..pobre de escola pública são a minoria…
O governo continua fortalecendo que as pessoas sigam alienadas e continuem votando nestes politicos, por falar em politica, virou uma profissão em ascensão, todo mundo quer ser politico, são 4 anos para enriquecer, na cidade pequena onde meus pais vivem, ja é dificil escolher em quem votar, porque todos os amigos, familiares e vizinhos são candidatos…todo mundo quer garantir seu lugar no CEU!!! salarios altos, mordomias, propinas…vc nem precisa se esforçar para se reeleger, faça seu pé de meia em 4 anos.
Mas na Espanha voce ve a população sair as ruas e gritar para mudar o sistema. No Brasil nehuma movimentação, se acontece um crime sai meia duzia de familiares e amigos da vitima protestando e o restante da população pensa: nao tenho nada a ver com isso, nem conheço…cada um com seus problemas
Moro em São Paulo, esta metropole, caotica…todo mundo tem carro, TV de LCD, a classe operaria está crescendo, claro o pobre compra estes bens, para pagar em 60 meses e quando termina poderia ter pagado 4, mas e aí, quem se importa com a alta taxa de juros, o importante é TER, isso graças ao nosso governo!! ajudando a classe C a viver melhor!! e endividada…
Não vejo a hora de regressar a Suecia, estou estudando sueco para conhecer melhor e me adaptar a cultura, porque ver tanta desgraças nos noticiarios brasileiros há que ter estomago e um psicologico para não pirar ou melhor se revoltar, um país tão grande com tao populoso que se as pessoas fossem mais unidas em pró de um bem comum…não aceitariamos de graça o lixo que este sistema nos fazem engolir
Abraços
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Oi!
Olha, tem um monte de aspectos do seu comentário que eu gostaria de comentar também, nosso país é uma contradição. Eu tenho saudades do Brasil e fico triste de pensar que tantos brasileiros, como você, tiveram uma experiência tão pouco acolhedora na nossa pátria, que se sentem mais valorizados fora de lá. Mas essa é uma outra história… pena que a maioria dos exemplos que você cita são reais, o INSS é uma bomba, todo o sistema carcerário também, a educação não é estruturada… Somos um país muito grande e muito dificilmente vamos nos unir como uma grande nação, são muitas ideias, crendices e teorias de diversas bases que não cabem num saco só. A única coisa que me faz falta é empatia… ainda que o governo me pagasse R$ 862,11 por mês eu não gostaria que o pai dos meus filhos estivesse preso. Não sei se as pessoas que recebem esse tipo de auxílio (que só é concedido a família onde o criminoso tenha tempo de contribuição ao INSS – ou seja carteira assinada) estão felizes de ter alguém próximo na cadeia. Falta estrutura ao Brasil, universidades públicas e aí sim ninguém teria de pagar FIES. É muito. Espero que dê tudo certo para você na sua vinda para a Suécia.
Abraços
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O Brasil esta sucateado, essa é a verdade. Por isso que nao volto a morar lá.
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Oi Prifie
Bem vinda ao blog!
Posso concordar em partes, mas acho que é nossa responsabilidade isso sabe? O que eu fiz para ajudar o Brasil a ficar melhor? Eu quero voltar para o Brasil e fazer a diferença, plantar uma semente, porque eu sei que alguém sempre tem que começar. E se esse alguém puder ser eu, que maravilha!
Espero que vocês esteja feliz seja onde você estiver!
Beijos!
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gostei muito do que você escreveu ,eu também não gosto que as pessoa fiquem malhando o bolsa familia.vc sabe se é possivel validar ai na suecia, uma faculdade feita aqui no brasil?
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Olá. Estou visitando este blogue pela primeira vez, pois eu gostaria de saber mais sobre a seguridade social nórdica e acabei achando esta página. Por isso, em primeiro lugar, eu gostaria de te perguntar se você pode me indicar alguma fonte sobre o assunto, em português ou inglês. Em segundo lugar… olha, quando li seu texto achei bastante interessante e reconheci tom irônico ao tratar estrangeiros contemplados com bidrag como «vagabundos» ou coisa do tipo. Mas li alguns comentários com teor super reacionário e nas suas respostas você parecia concordar. Então peço que me esclareça: ¿afinal, você realmente se posiciona contra os que se refugiam na Suécia e usufruem dos benefícios concedidos-lhes pelo Estado? Me refiro principalmente ao comentário da Nina. Sobre o comentário do indivíduo do papiro a informacao digital, esclareço o seguinte: o auxílio-reclusão é um benefício do INSS que só é concedido sob vários pré-requisitos. Envio um link cuja fonte é o próprio site da Previdência brasileira, e já adianto que alguns requisitos para ganhar esse auxílio são: possuir tempo mínimo de contribuição para o INSS; quem ganha o benefício é apenas a FAMÍLIA (os dependentes) do segurado, e não este último; e só pode receber se a renda máxima da família; e está condicionado à baixa renda familiar, devendo estar abaixo de um valor específico. Recomendo ainda que essa pessoa leia sobre o auxílio-doença, para que retifique sua ignorância. O prazo máximo de vigência de tal benefício é de 2 anos, podendo ser prorrogado a cada término.
No mais, reitero o desprezo pela desumanidade de mũitos. Lastimo a ausência de solidariedade internacionalista dos suecos. Já que os mesmos reconhecem que já usufruem de confortável qualidade de vida, eles deveriam exigir que o governo acolhesse os refugiados de maneira mais adequada, integrando-os à sociedade como cidadãos e não sòmente como beneficiários.
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Olá Flávio! Bem vindo!
Primeiro, os sites que talvez possam te ajudar são o http://www.scb.se e o http://www.forsakringskassan.se. O primeiro link é de um site de estatísticas da Suécia, como pessoas em idade de aposentadoria, aposentadas por invalidez, que recebem ajuda de custo do governo ou assistência pessoal. O segundo é o site da própria “previdência social sueca” e tem algumas informações em inglês mas, de forma geral, joga no google translator que você consegue entender o cerne (dos textos em sueco).
Com relação a sua colocação número dois, eu posso mesmo concordar que não dá para entender do que eu tô falando quando eu respondo a Nina, mas é porque a gente conversou muito inbox antes de eu responder ao comentário dela e, de forma geral eu disse a ela que sempre existe corrupção em todas as formas de serviço, não importa em que lugar do mundo, mas que isso é sempre mostrado como erro do usuário, e não do sistema. A gente vive em um sistema que diz afirma que todo mundo é igual (e não é verdade) e que para tanto você só precisa se esforçar um pouquinho para “chegar lá” – conto de fadas. Tem muita gente morrendo de miséria no mundo enquanto outros pagam 30 milhões de dólares pelo aluguel de um apartamento. Estamos enrolados em uma cultura do “eu mereço”, e “qualquer um pode ter o seu pedaço” complementado com “se ele não conseguiu o problema é dele, vagabundo” e “eu não vou pagar para os outros ficarem encostados no dinheiro dos meus impostos” afinal, “se ele tem direito eu tenho muito mais porque só Deus sabe o duro que eu dou”. Bom, você entende o que eu quero dizer, não é? Eu concordo que há pessoas que tentam se aproveitar de bolsas e auxílios, mas, para mim, não são as pessoas pobres que agem assim e sim aquelas que tem raiva ou inveja de gente que se enquadra em programas de geração de renda. Por isso é que eu cito o caso dos agricultores: tem agricultor vivendo uma situação difícil no Brasil?, tem; tem agricultor vivendo uma situação difícil lá de onde eu venho?, tem; agora pergunta se eles querem fazer outra coisa que não seja plantar soja?, não, não querem. E daí ficam com raiva do boia fria que recebe bolsa família (porque não tem carteira de trabalho) e querem ter também, e criticam e gritam e esperneiam. Mas isso é só um exemplo de um tipo de situação que eu vi se repetir, e eu não quero afirmar, com isso, que todo agricultor tem raiva de boia fria porque eles recebem o bolsa família e o agricultor não. Eu não concordo de forma alguma com essas generalizações e acredito que isso se deva principalmente ao fato de eu ter estudado teoria social. Tem gente que nunca questiona a sociedade ou se faz, usa o senso comum e não tem acesso a algumas informações que eu considero importantes (ou nem quer ter), por isso se alguém afirmar que é sim problema que, por exemplo, os estrangeiros venham para cá e fiquem vivendo as custas do governo, eu não vou responder apenas “não é assim…”. Eu fiz todo um post mostrando o número “absurdo” de refugiados que tem “invandido” a Suécia. Eu não tenho muito saco para ficar debatendo pela internet também – tem gente que escreve coisas que nem sempre expressam o real pensamento delas… assim como eu; e no fim das contas tudo vira um “bate boca” sem sentido.
Abraços!
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Maria, excelente essa sua postagem. Infelizmente nós estamos, no Brasil, tão acostumados com “lavagem cerebral” que vamos na onda das notícias. Esses “likes” que você observa na internet é de pessoas sem cérebro. E veja que a quantidade é grande. Será que dentro da cabeça dessa gente não passa uma certa capacidade de observar e criticar todas as “nossas mordomias”?
Precisamos de educação para todos com muita urgência. Enfim…
Um abraço grande,
Manoel
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Oi Manoel…
O problema é esse mesmo: capacidade de criticar as nossas mordomias. A pessoa nem entende que apenas o fato de ela poder acessar a internet é um privilégio. Precisamos, urgente, aprendermos a ser mais humildes. Revolução cultural para ontem!!!
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Adorei o texto!!! Quem sabe um dia a gente se esbarre, seja na Suécia ou aqui no Brasil. E tenho certeza que qdo voltar, e se voltar…. o Brasil vai estar cada vez melhor… Bjos e muitas felicidades
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Primeiramente, parabéns pelo Blog! Concordo com cada palavra que você escreveu, estou adorando ler todas essas postagens sobre suas experiências nesse país lindo. Tenho uma vontade imensa de sair do Brasil, nem que por um período, e me juntar a pessoas de culturas diferentes, principalmente as escandinavas, porque aqui a situação está terrível. Infelizmente os brasileiros estão muito, mas muito atrasados! ” Alta taxa de desumanidade da humanidade”, é o que se vê. Claro que, como você disse, não é só aqui né, existe em todos os cantos, mas infelizmente a nossa terra está infestada hahahahah.
Sua postagem é antiga, mas não resisti em vir aqui parabenizar. Queria tanto que o pensamento dos brasileiros mudasse, mas o foco da maioria agora é o maldito “impeachment da Dilma”, falar mal de bolsas criadas pelo governo, redução da menoridade penal como “solução para o problema da criminalidade”, propostas para retirada do auxílio-reclusão…dentre tantas outras coisas acontecendo ultimamente, e tenho muito receio de regredirmos, atrasarmos mais do que já estamos.
O que está me encantando na Suécia, pelas pesquisas que ando fazendo ultimamente, é a cultura mesmo. Não são pessoas que gostam de ostentar, são simples, pelo menos de acordo com os depoimentos de brasileiros que moram aí. Desde a forma de governo ao sistema carcerário, tudo me agrada. Tudo o que eu queria aqui no Brasil!
Abraços!!
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