Sempre gostei de ler e lia de tudo. Ler foi quase que uma compulsão para mim – menos durante o tempo de faculdade quando ficava cansada de tanto ler para não entender nada ou, pior, entender tudo errado e tirar 3 nas provas. Nunca me dei tão mal com interpretação de texto como no tempo de faculdade. Páh! Jurei que nunca mais ia ler livros em que o autor usa de linguagem acadêmica… lasquei-me, estou lendo um livro de linguagem acadêmica em sueco.
Estou no meio (de novo) de uma brincadeira entre blogueiras. Na verdade, duas: a Nara (Moda Escandinava) me passou faz uma cara a peteca para escolher os 11 livros que amei ler, e a Joana (Boneca de Neve) me passou semana passada a missão de falar de dois livros que quero muito ler e de dois que adorei ter lido o ano passado. Aproveitei o ensejo e vou juntar esses desafios literários de uma vez só!
Vou embaralhar as coisas um pouco. 2011 e 2012 foram anos de vacas magras no que se refere a leitura para mim que era viciada em ler livros: tive que deixar isso de lado para aprender sueco. Ainda assim baixava algumas coisinhas da internet e me sentia super rebelde como que lendo as escondidas… infelizmente, nessa época não encontrei nada que valesse a pena menção… Mas então, em 2012 comecei a ler livros em sueco e apesar de não ser tão legal como quando leio em português, escolhi um deles para posar entre os melhores de 2012:
Doktor Glas de Hjalmar Söderberg – Um thriller em que o médico mata o paciente ao apaixonar-se pela esposa dele. Antes de me xingar, não, eu não contei toda a história do livro que tem apenas cento e poucas páginas, está escrito em sueco velho mas foi mesmo delicioso de ler… vocês nem sabem se ele é preso ou não, como ele mata o cara e se ele fica com a garota no final, ou se eles já tinham um affair escandalosamente escaldante lá pelo meio da história…
O segundo livro que mais gostei de ler em 2012 entra na lista dos meus 11 livros preferidos de todo o sempre (Paula). Nara, que coisa mais difícil viu? Precisei dar um nó na minha cabeça mas vamos lá:
1. Paula de Isabel Allende – Quem nunca leu Isabel Allende não sabe o que está perdendo e por isso eu preciso dizer: gente leiam ela! Essa mulher é fantástica! Em “Paula” ela escreve sua biografia enquanto a filha está em coma profundo no hospital.
2. Eu não existo sem você de Melissa Fey Greene – Esse ganhei quando me mudei para a Suécia. Escrevi um pouco sobre ele em algum daqueles posts em que eu digo que não sou simpática ao Tio Sam(não me lembro qual, foram alguns já): Melissa é uma jornalista americana que decide contar algumas verdades sobre a AIDS na África e a crise, em particular, pela qual a Etiópia e as crianças etíopes passaram por causa da epidemia. Esse livro me fez chorar. Fiquei tão comovida que até decidi adotar uma criança ou enviar dinheiro para a Etiópia.
3. A menina que roubava livros de Markus Zusak – Eu gosto de livros que criam uma história na própria história do mundo. Antes de ler a “Menina que roubava livros” eu nunca havia pensado nas crianças alemãs que viveram o nazismo mas particularmente, esse livro me marcou muito pela criatividade do autor em colocar a própria morte como narradora da história.
4. As cinco linguagens do amor de Gary Chapman – todo mundo acaba lendo alguma coisa do tipo auto ajuda alguma vez na vida. Gosto muito da forma como o autor compara as diversas formas do amor com formas de linguagem e explica como podemos fazer nosso companheiro entender nossa língua quando falamos idiomas diferentes. Acho que quem tem partner sueco entende o que eu to querendo dizer – no literal e metafórico.
5. Perto do Coração Selvagem de Clarice Lispector – Ela é uma das minhas escritoras favoritas. Li tudo que podia dela e gostei mas, ainda assim, o primeiro romance dela e o primeiro romance “nosso” é o meu favorito. E o nome da personagem é Joana. Já reli o romance diversas vezes e em cada uma delas me descubro em Joana.
6. A morte e a morte de Quincas Berro D’Água de Jorge Amado – Eu gosto de literatura brasileira… sério. Não aqueles livros sofridos como “Fogo Morto“. A morte de Quincas é tão bem construída no livro que muitas vezes tive que voltar a ler para entender se ele estava morto mesmo ou tudo não passava de uma alucinação do pobre bando de cachaceiros que eram os amigos do falecido. Além disso, os livros de Jorge Amado são muito debochados, é uma delícia de ler.
7. O tempo e o vento de Érico Veríssimo – eu fui fascinada pela história do Rio Grande do Sul… e essa é uma história dentro da história do Rio Grande; como disse acima, adoro. “Ana Terra” e “Um certo capitão Rodrigo” foram meus favoritos dentro da coleção (sim, essa é uma série de livros) e Ana Terra foi minha heroína nos tempos em que li a série. Maravilhosos!
8. Ensaio sobre a cegueira de José Saramago – ele escreve de um jeito que me deu raiva de ler e ainda assim eu não pude desgrudar do livro. Quem assistiu o filme (Blindness) sabe que é um drama super dramático sobre o que aconteceria com o mundo se de repente todas as pessoas ficassem cegas. Depois desse nunca mais peguei um livro de Saramago de puro medo porque, apesar do estilo difícil, o cara é demais.
9. Comer Rezar Amar de Elizabeth Gilbert – Eu sei que eu to colocando na lista alguns livros que viraram best sellers e que isso soa um pouco clichê, mas quando eu li essa história tinha tudo a ver com aquele período da minha vida… Pra quem já leu esse aqui recomendo a leitura do divertidíssimo Beber Jogar F@#er de Andrew Gottlieb – mas tem que ler a Gilbert primeiro, senão nada faz sentido.
10. O Hobbit de JRR Tolkien – Na verdade acabei de ler e apesar de ser uma história infantil, amei. Eu sou uma criança crescida e não vejo problemas nisso. Eu já tinha tentado ler Tolkien (o Senhor dos Anéis, claro) mas não deu cola. Já o Hobbit é super gostoso! Me encanto como o autor traz uma série de surpresas para o conto e constrói todos os elementos da trama com tamanha riqueza que, apesar da leitura ter sido em sueco, eu consegui “ver” todo o caminho que Bilbo seguiu nessa aventura.
11. 12 meses para enriquecer de Marcos Silvestre – Não é um livro com combinações numéricas para a Mega Sena e, apesar do título do livro sugerir a imagem de um milionário, o conteúdo é sobre economia doméstica. Uma coisa que eu só aprendi depois de conhecer o Joel foi economizar; comecei a sonhar com coisas grandes e percebi o quanto eu gastava mal o meu dinheiro. Esse livro do Marcos Silvestre é muito didático e simples, e os 12 meses para enriquecer a que ele se refere no título é o tempo necessário para resgatar sua economia quando a coisa está em crise – mesmo. Se você tem mais dívidas do que consegue entender e o salário nunca dá para o fim do mês aconselho a leitura desse livro, que parte do princípio que, a partir do momento em que não temos mais nosso dinheiro comprometido com um milhão de parcelas de roupas, sapatos, carro e tudo o mais temos mais poder de dinheiro, podemos investir (mesmo que seja na poupança) e a partir do momento em que saímos do vermelho já somo ricos – muito mais que do quando temos apenas dívidas.
Agora, continuando o desafio passado pela Joana, vou contar os títulos que quero ler em 2013: Eva Luna (Isabel Allende) e os 50 Tons de Cinza (E.L. James). Eu já comecei a ler Eva Luna, comecei na segunda (estou lendo em sueco, pah!), e viciei a partir da segunda página. Mas eu tenho uma política de ler romances apenas quando estou no trem – em casa eu tenho que ler a legislação sueca – então estou bem no comecinho… Já os contraditórios tons de cinza quero ler por pura curiosidade pois tem gente que ama, tem gente que diz que foi meia boca, tem gente que diz que não conseguiu ir para a frente. Confesso que adoro literatura erótica (mãe, não leia isso. Nem o pai, por favor.)… então, seguindo o conselho da Joana, alguém aí tem o romance para me emprestar?
Agora eu deveria passar os desafios para frente, mas vou ser legal e dar de presente o desafio de registrar os 11 melhores livros que você já leu na sua vida para todas as blogueiras que leram esse post e são apaixonadas por livros. Ao mesmo tempo, proponho o desafio literário de indicar os dois livros que amou em 2012 e os dois livros que gostaria de ler em 2013 para as seguintes moças:
Debora – Mulher de Fases Inaie – Inaie Out and About Josy – Enfim Suécia Karine – Uma aventura no gelo Maíra – Sonhos Escandinavos Marília – Uma brasiliera na Croácia Nara – Moda Escandinava Nina – Entre Mãe e Filha Rafaela – Suécia, Queridos! Vânia – Diário de uma TeimosaAgora é com vocês garotas! Quais seus livros preferidos de 2012? Quais gostaria de ler em 2013? Se responderem o desafio não esqueçam e passar o mesmo para outras 10 blogueiras!
Beijimssss!