Eu to muito feliz com meu presente de aniversário: um tablet. Eu posso ter quase 2 mil livros dentro dele, e a bateria dura o suficiente para a leitura de até 2 mil páginas. Mas até agora tenho seis exemplares no meu livro digital. Todos em sueco. E meu objetivo não era bem esse… Livros em sueco eu posso comprar em todos os cantos por aqui. O que eu quero mesmo são livros em português.
Dá última vez que falei sobre livros foi para responder o desafio da Joana e da Nara, vocês lembram? Naquele tempo havia começado a ler Eva Luna de Isabel Allende (que é um maravilhoso livro de contos, recomendo) e contei que queria ler a trilogia dos Tons de Cinza. Eu li a trilogia e gostei mas sinceramente, acho que a autora poderia ter economizado um pouco nos momentos quentes e ter escrito a história inteira em um livro só. Ou tá bom, eu tenho que admitir que o desfecho do primeiro livro dá um ótimo gancho para o segundo, mas o terceiro é totalmente dispensável, principalmente a parte final quando parece que ela já não sabia mais o que inventar. E longe de achar que o livro é simplório acredito que ele deveria ser utilizado por todas as escolas de psicologia porque traz uma excelente descrição de comportamento maníaco compulsivo por controle. E para todas as pessoas que dizem que a trilogia dos Tons de Cinza tem o mesmo calibre da trilogia Crepúsculo eu discordo total e completamente: o vampiro Edward não existe e apesar de adolescentes sonharem com um cara assim não vai rolar; já homens como Christian Grey existem aos montes e fazem o pesadelo de suas namoradas e esposas ser uma experiência apenas dolorosa e diária. É sério gente, o relacionamento deles é doentio e só porque o cara é rico e bonitão não vale a pena viver uma doença (muito menos por todo o sexo louco que eles faziam). A história é boa, viciante, mas eu não queria um desses para mim não.
Depois li “Känslan av ett slut” (O Sentido de um fim) de Julian Barnes. Esse livro teve uma história engraçada: quando fui para Mallorca comprei 1Q84 de Haruki Murakami – que é um livro um tanto grosso e que todo mundo fala muito bem, ao menos aqui em Göteborg. Quando cheguei no aeroporto percebi que tinha esquecido o livro em casa, então passei no Pocket e comprei o Julian Barnes; porque era barato e fino. Foi difícil pegar no tranco com o livro, mas como eu não tinha outra escolha… o cara conta de uma vez toda a vida dele, apenas salientando algumas passagens aqui e ali na escola e no tempo da universidade. Quando eu cheguei na metade do livro fiquei com um sentimento de “e agora? Já é o fim?” mas claro, o autor tira umas cartas muito interessantes da manga e o trem fica super interessante. O livro é muito bom mas eu não alcancei ou não entendi o sentido do fim que ele queria passar e talvez seja porque eu li em sueco e não sou capaz de interpretar e entender todos os sinônimos e entrelinhas; ou é isso: o fim não tem sentido.
To quase na metade do primeiro 1Q84 – que também é uma trilogia – e gosto muito. Em 150 páginas já houve um assassinato, uma moça passou para outra realidade, um aspirante a escritor entra num negócio duvidoso… Mas eu já to pensando nos próximos títulos, aqueles que eu vou ler no meu tablet.
Ouvi dizer que “O filho eterno” de Cristovão Tezza é maravilhoso e já está na minha lista. Alguém aí me recomenda outros títulos?