Tantanratammmm! Tantarammm! Tantanrantamm! Tantanrantantam!
Tantanratammmm! Tantarammm! Tantanrantammm-tarantammm-tarantammm- tarantam!
Ok, isso era para ser aquele clássico de John Williams que ficou extremamente famoso como tema do sucesso do cinema Indiana Jones. Quem não lembra da trilha sonora precisa por o vídeo do You Tube abaixo para rodar antes de ler o post. Quem lembra pode cantar usando a letra (super fiel) que eu deixei acima. =)
Lembram que semana passada eu falei sobre os problemas de fungos/mofo que acometem as casa suecas? Muito obrigada a todos os que me mandaram um alô desejando sorte no combate aos fungos, mas graças a Deus esse não é o caso – ou melhor, ainda não. O fato é que como citei naquele post, algumas medidas de prevenção tem que ser tomadas caso alguma fonte de umidade seja detectada, e foi assim que começou a nossa aventura.
Nossa casinha foi construída na década de 70 e na época o plano era construir uma casa de dois pisos. O projeto inicial não foi aprovado e por isso o pessoal encontrou um jeitinho para o problema: construir uma casa com um porão (källare). No terreno há uma grande rocha meio arredondada que foi explodida e trabalhada de modo a formar uma espécie de “caixa” para a casa. Olhando de frente a casa parece ter um piso só, olhando de trás e de lado dá para ver que são dois. A “terra” que circunda a casa é na verdade uma grande rocha.
Naquela época ainda não era possível acoplar o sistema de abastecimento de água da casa ao sistema de abastecimento de água da kommuna (município). Assim sendo, foi feito um poço (artesiano) e foi instalada uma bomba d’água dentro da casa, no porão.
O tempo passou, o porão foi aos poucos se transformando em um pedaço da moradia e a bomba foi ficando velha. Em março descobriram um vazamento na bomba e isso significa problemas: água=muita umidade e muita umidade pode ser igual a fungos. Teríamos que trocar a bomba d’água, e isso era para ontem.
Contactamos o encanador (cano em sueco é rör [ett rör], e encanador rörmokare) que disse que precisávamos achar o poço (brunn – en brunn) para verificar o sistema de encanamento da casa e instalar uma espécie de bomba d’água mais moderna que fica dentro do poço. Sinceramente, eu sei lá se isso é impressão minha mas acho que no Brasil já se sabia (há 40 anos atrás) que as bombas d’água funcionam melhor dentro do poço. E isso que nem temos problemas com mofo por lá (depois o Brasil que é subdesenvolvido).
Em todo o caso, nada disso seria algum problema se alguém soubesse onde o poço estava… pois o poço em questão estava enterrado, sem nenhum tipo de marcação. Não encontramos nenhuma nota fiscal da empresa que fez o poço e nem um mapa que pudesse indicar onde o poço estava. O ex dono da casa disse que achava que o poço estava em uma das esquinas da casa, próximo a janela da cozinha. Sabíamos – com certeza – apenas que a bomba está (dentro da casa) a uma profundidade de 180 cm abaixo da terra (se pensarmos no lado de fora) e que poderíamos cavar para seguir os canos para descobrir onde o poço estava. Conversamos com alguns vizinhos, nenhum deles sabia dizer onde o poço estava, apenas que normalmente o poço ficava a uns quatro metros de distância da casa. Fazer buracos de 1,8m de profundidade até os canos e depois continuar seguindo por possivelmente quatros metros… nada mal.
Fomos eu e Joel fazer uns buracos no quintal para tentar achar os canos e encontramos… pedras. Muitas pedras. Muitas pedras grandes. Provavelmente foram resultado da explosão da rocha que o pessoal não soube o que fazer e que alguém teve a ideia de jerico de colocar ao redor da casa – assim como quem perfurou o poço e instalou o encanamento teve a ideia de jerico de esconder o poço. Tudo bem, a ideia de seguir os canos não parece viável, afinal.
Alugamos um detector de metal, acreditando que o poço provavelmente teria uma tampa de metal e… nada. O treco “bipou” como louco o quintal inteiro, menos no local em que o ex dono da casa disse que provavelmente encontraríamos o poço. Enquanto isso, a bomba continuava vazando água dentro da casa e era só uma questão de tempo para o problema se tornar um problemão.
Well, grandes problemas exigem grandes intervenções. Alugamos um brinquedinho para acabar com a palhaçada.
E, voilá! Eis que encontramos o poço!
O rörmokare vem na quarta instalar a bomba nova. Encontramos o poço perdido e estamos livres da ameaça terrível dos fungos! Eeeeee! É certo que também destruímos o quintal, mas tudo porque além de usarmos a máquina para encontrar o poço começamos o trabalho de drenagem. Mas essa já é outra história.
Uma coisa eu tenho certeza: colocarei uma placa bem grande (brunnen ligger här) para que ninguém, no futuro, xingue as pessoas que trabalharam com esse poço como eu xinguei nesse mês de abril e maio. Se o que dizem é verdade – que quando alguém fala mal de nós ficamos de orelhas quentes – algum idoso por aí ficou com as orelhas queimando!
Para finalizar, deixo vocês com um poema:
No meio do caminho
No meio do jardim tinha um poço
tinha um poço no meio do jardim
tinha um poço
no meio do jardim tinha um poço.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do jardim
tinha um poço
tinha um poço no meio do caminho
no meio do caminho tinha um poço
(Paródia do poema “No meio do Caminho” de Carlos Drummond de Andrade).
Nossa, que trabalhão! Ainda bem que no fim deu certo e vocês finalmente encontraram o poço perdido hahaha
beijos
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Muito bom o post! hahahaha Continue postando, Maria Jones! abs e sucesso!!!
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Cara, ninguém merece! Que bom que acabou bem … adorei o trecho das “orelhas queimando” rsrs.
beijos
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Caipirinhaaaaa, tadinhaaaa!!!Olha, estamos com problemas parecido e tenho o jardim completamente destruìdo, mas vale superrr a pena!!E vou te contar, que casinha mais linda!Casa de boneca mesmooo!!
beijos frôoo
saudades docê
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Oláaaa!
Marcela,
É sim, agora já tenho até a bomba nova. E to curtindo!
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Paulo,
Já te vi por aqui? Bem vindo! Obrigada, continue acompanhando! ;)
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Carioca,
Como é que se diz no RJ? Ou vocês não tem esse ditado por lá?
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Nara,
Estão fazendo o drenagem também ou vão construir uma varanda?
Se Deus quiser teremos uma varanda em breve!
Beijos povo!
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Finalmente! rsrs
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Aiiii, ninguém merece! Mas pelo menos o Joel pôde brincar um bocadinho com a escavadora, haha :)
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Ai Josy, eu pensei exatamente isso mesmo: finalmente! É cada coisa que a gente só vê na Suécia mesmo…
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Joana, e só pra ter uma ideia: eles gostaram tanto da brincadeira que um dos amigos do Joel que estava aqui ajudando agora também vai alugar uma mini escavadeira para “arrumar” o quintal da casa dos pais dele! Hahahahaha!
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