As férias já acabaram e a minha família volta para o Brasil essa semana. Eu tenho aquela sensação de que tudo foi tão rápido que eu nem consegui entender o que estava acontecendo.
E não consigo mesmo: como meus pais são um pedaço do Brasil, é difícil entender que eles estão aqui na Suécia. É uma surpresa boa ter eles por perto, como se a cada momento eles estivessem chegando outra vez. Mas eu sinto aquela falta, um vazio esquisito porque todos os meus irmãos não estão aqui também; dá uma pontinha de tristeza o fato de que nem minha irmã mais velha e nem meu irmão mais novo estiveram aqui com a gente nesse período. Sorte que ao menos a Ana está enchendo as minhas orelhas!
Mostrei um pouco da cidade para eles e levei a família Buscapé para aqueles programas de índio típicos de turistas… bom, nem tão típicos assim, afinal, eu nem tinha feito muitas dessas coisas. Ou melhor, algumas delas sim. Sorte que eu tenho uma amiga que sabe tudo sobre os melhores passeios de Göteborg, né Vânia? Quando o calo apertou, eu liguei na cara dura… Andamos de barco, trem, carro, a pé (cansei o povo!); e já que o negócio era para cansar, levei a galera para nadar e até minha mãe se astreveu a entrar na água fria do lago – o verão foi maravilhoso de quente então, foi quase tudo bem. Todo mundo entrou na dança da toalha – aquela em que a gente faz umas manobras engraçadas para trocar de roupa em público sem mostrar as vergonhas…
Agora, se perguntarem para minha irmã o que ela achou mais legal, ela responde com uma só palavra: Liseberg. Eu tenho medo de altura mas não pude me safar… ao menos não de alguns brinquedos. Passei uma semana rouca de tanta que gritei no Kanonen.
Nessa maravilhosa bagunça me perdi, afinal muita coisa aconteceu nesse mês e o blog ficou realmente de lado… tenho dois episódios do Alfons na pasta de rascunhos. Haha! É mole? A menina escreve os posts e ainda nem publica! Eu tenho problemas… principalmente porque eu gosto de responder aos comentários, e como eu não tinha tempo de acessar o blog, o trem foi acumulando… desisti de postar porque eu não podia responder os coments.
Acumularam-se também e-mails com perguntas diversas a respeito da vida na Suécia. Assim que eu me achar eu respondo e também vou partilhando as respostas e incluindo no Leia antes de perguntar. Aliás, tem muita gente que lê a seção e depois me direciona perguntas específicas, fazendo piadinhas a respeito das minhas respostas. Hahaha! Eu acho um barato… tenho leitores muito bem humorados! Obrigada! Mas eu também recebi um par de e-mails de gente que começa com: “eu já li o leia antes de perguntar mas, como é que eu faço para tirar visto de turista para a Suécia?”. Meu amigo… você ficará no vácuo eterno, só para avisar. Ainda assim, obrigado a todos os preguiçosos e engraçadinhos, todo mundo que veio parar aqui sem querer e os leitores de carteirinha (uhuu). Até no meu casamento brincaram com o fato de eu ter um blogue e eu descobri que um grupo de pelos menos 30 pessoas usam o Google translate para tentar acompanhar minhas baboseiras… muito bacana!
Eu tenho que tirar o chapéu para a suecada. Não porque eles seguem meu blog mas porque desde que mudei não paro de me surpreender com a generosidade deles. A primeira coisa que eu disse para o Joel quando ele propôs a mudança foi que ficaríamos isolados. Uma, que a casa precisa de reformas e temos trabalho de sobra… outra, que fica mais longe da cidade e aí ninguém apareceria para dizer um oi. Ledo engano! Por causa do lago que fica aqui perto sempre temos visitas, gente que para só para dizer “oi, estamos indo para o lago, vocês vem também?” ou “fomos nadar no lago, e passamos para dar um olá!”; outros amigos do Joel que ligam porque querem ajudar com as reformas… Sueco é mesmo chegado nessa coisa do faça por si mesmo, e se não tem nada para ele fazer por si mesmo então ele quer ajudar um amigo que tem o que fazer para poder aprender no caso de, sei lá né?, no futuro mudar para uma casa que precise de reformas e então já saber o que fazer e quais amigos chamar para a empreitada.
Além disso, a generosidade deles no casamento me deixou embasbacada: emprestaram o carro para gente transportar para lá e para cá bebidas, o som, os tereco-tecos para a decoração; apareceram no dia antes para ajudar a preparar o local; juntaram todas as coisas no pós festa para os noivos – nós – poderem curtir… Eu sempre imaginei que receberia alguma homenagem das gurias mais chegadas, mas para minha surpresa muitos amigos do Joel me prestaram homenagens durante o jantar e me fizeram ficar com lágrimas nos olhos (eu só não pareço supimpa gente, eu sou supimpa, pergunte para o povo daqui!) e me sentindo a última bolacha do pacote. Eles também nos deram presentes maravilhosos – fora alguém que quis brincar e nos mandou uma galinha “decorativa” em tamanho real. Sei lá se o cartão se perdeu ou se a pessoa nem pensou em por o cartão ou estava com muita vergonha para assumir, mas ainda não descobri quem foi o engraçadinho (se é alguém que lê o blog, me conte por favor para quê serve aquela galinha!?).
Falando em presentes, obrigada Angela e Dani pelos presentes de além mar. E tia Tere, vamos usar o seu presente para viajar!
Eu ainda tô boba demais com essa história do casório, ou melhor, mais boba do que o normal. Vou demorar pra pisar no chão. Só consigo pensar nisso. Melhor parar com a babação… quando eu me acalmar eu faço um post contando como é que foi que fiz a decoração no melhor estilo faça você mesmo (com a ajuda das amigas, é claro), além de outras curiosidades.
A gente se vê em breve!
Visitar algum lugar é sempre assim: passa tão rápido que a gente nem se dá conta. Parece até que não deu pra aproveitar tudo. Mas ó, pelo menos deu pra matar a saudade um pouco, huh?
E Maria! Acho que é pra pôr ovos mesmo, não os de Páscoa, mas os de galinha. Acho que era minha vó que tinha um assim, mas era só uma cestinha de ferro. Os ovos ficavam do lado de fora, e não na geladeira ;)
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Oi Jax!
Bem vindx ao blog?! Estou em dúvidas se já te vi por aqui…
Hahahaha! Obrigada pela tentativa, já me disseram mais ou menos a mesma coisa que você disse – que a galinha é para colocar os ovos cozidos que normalmente são servidos na Páscoa; e agora, a pergunta que não quer calar: foi você que mandou o presente?
Brincadeirinha!
Ainda não vejo muita utilidade nessa história dos ovos e é por isso que me pergunto para que é que serve uma coisa dessas…
Abraços!
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Ehhhhhhhhhh menina! Todo mundo aproveitou, que bom! Tua mãe é quase viking né? Entrar nessa água gelada, jamais.
Bom ler que tudo deu certo no casório, todo mundo ajudou e tudo saiu do jeitinho que você gostaria.
Parabéns mais uma vez!!!
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Tenho a mesma impressão. Cheguei a umas semanas aqui em Umeå e estou impressionada com a disposição das pessoas para ajudar. Mesmo gente mais velha que não fala inglês tão bem tem uma paciência incrível…
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