Dia Mundial de Combate ao Suicídio

suicidioO dia 10 de setembro foi escolhido como Dia Mundial de Combate ao Suicídio. Foi ontem, mas às vezes, mesmo que eu queira, não dá nega e eu não consigo blogar. Enfim, suicídio pode até soar bonitinho em romances do tipo Romeu e Julieta, mas a verdade é que envolve muito sofrimento para todos os envolvidos e um enorme problema de saúde.

To tocando no assunto porque desde que eu mudei para cá tem muita gente que fala disso: a Suécia tem uma das maiores taxas de suicídio do mundo/ não adianta tanta tecnologia e dinheiro se tem um monte de gente que se mata lá/ existem tantas pessoas que se suicidam na Suécia porque ninguém acredita em Deus; blá blá blá…

A gente pode especular e especular a respeito do tema. Na minha opinião, a cultura sueca é um dos fatores que contribui sim para esses números mas, não porque aqui há mais ateus do que crentes ou porque o aborto é permitido (já ouvi cada uma que até parece que os ouvidos viraram pinico!), e sim simplesmente porque os suecos tem essa coisa de se virarem sozinhos, dar conta do recado por si próprios. Sueco “guarda” suas dificuldades para si e compartilha apenas com as pessoas que ele considera próximas. E não é que eu veja isso como um defeito não, pelo contrário: conheço muito gente (inclusive eu) que seria mais feliz se aprendesse a ser mais discreto. Mas essa dificuldade de expor os sentimentos pode virar uma bomba relógio.

E daí que eu sublinhei o pode porque essa não é uma regra. É só um chute baseado em alguns poucos textos que eu li sobre a importância de procurar ajuda quando você está mal.

Lendo algumas coisas ontem sobre o tema eu acabei nesse artigo do Humberto Corrêa que traz alguns dados, como, por exemplo, que cerca de nove milhões de pessoas se suicidam no mundo por ano e que o número de suicídios no Brasil cresceu em 30% nos últimos vinte anos, sobretudo entre homens jovens. O principal ponto do texto do Humberto é a afirmação de que o suicídio seria mais facilmente combatido se a gente deixasse o tabu de lado. Eu concordo.

Tem que se botar para fora o que não sai da cabeça

Tem que se botar para fora o que não sai da cabeça

Concordo porque, indiferente de acontecer no Brasil ou na Suécia, o caso é que ninguém se mata porque está feliz. E, indiferente da cultura sueca ou brasileira, todos nós temos imensa dificuldade de lidar com a tristeza. Na cultura sueca, talvez porque eles sejam fechados e det är inte okej (não é aceitável) pedir pinico para os outros. Na cultura brasileira simplesmente porque a gente é muito feliz para ser triste.

É só para pensar: quantos dos seus amigos estão postando semanalmente no facebook que não veem a hora do final de semana chegar só para entortar o caneco? Quantas dessas pessoas escondem um sentimento enorme de frustração e tristeza por detrás do “soltar a franga”? Por que é que beber para esquecer é aceitável?

E quando o tiro sai pela culatra e, de repente, o cara mais legal da roda se enforca, todo mundo fica surpreso porque ele “sempre” estava feliz.

É claro que eu to tocando em apenas um dos fios de uma meada muito embaralhada: o bullyng mata, a homofobia, o machismo, a marginalização,  o racismo e mais um monte de “ismos”. Eu ficar na “carne” daquela guria até essa gorda se tocar que precisa emagrecer NÃO é uma ajuda; tratar a namorada na coleira porque você é um maníaco carente NÃO vai fazer ela te amar, vai destruir ela (e o contrário também é verdadeiro, só menos frequente porque mulheres nem sempre dispõe do poder para manipular); excluir homossexuais, pobres e negros porque o problema é deles por serem assim NÃO te faz uma pessoa tolerante à diversidade, só serve para mascarar o teu preconceito.

Mesmo os mais fortes e grandes sofrem

Mesmo os mais fortes e grandes sofrem

E que mal há em falar algumas verdades, não é mesmo? Nenhum, não fosse por um detalhe: as pessoas que estão azucrinando as demais, por qualquer motivo que seja, sempre estão tentando esconder algum sentimento de inferioridade ou frustração. Há muitos relatos sobre isso (dá uma lida nos guests posts do blog da Lola): eu tenho medo de virar o objeto do bullyng, então em me junto à rodinha do pessoal que azucrina assim eu fico fora da linha de tiro. Ao menos por enquanto. Pimenta nos olhos dos outros é refresco, e parece que as redes sociais estão aí para isso: a gente fala o que quiser na rede e, na maioria dos casos não é punido. Isso legitima as redes de ódio que já estão pulando da internet para a vida real.

E isso tudo não acontece apenas no Brasil (tem muito aqui também, apesar do pessoal dos direitos humanos estarem em cima o tempo inteiro) mas no Brasil é visto por muito poucos como problema. Eu sobrevivi ao bullyng, alguns dirão, mas quando você estudava já existia facebook? A gente não quer ver, não quer aceitar que há pessoas que sofrem ao nosso lado, e que a tristeza é mais comum do que é socialmente aceitável (no Brasil).

Eu volto a combater a imagem que a gente vende do Brasil: somos um povo alegre e descontraído, com super “força na peruca”; o país do carnaval que chora suas mágoas na avenida do samba e lava a alma nas ondas de Copacabana. O povo mais simpático e forte do mundo, que mesmo com tantas dificuldades sempre aparece na TV com aquele sorrizão na cara, povo de jeito de moleque que encanta no futebol, na música, na dança…

…e não tem absolutamente o direito de ficar triste. E que esconderá a tristeza por detrás do ódio (duvidam que gente que fica xingando pobre na internet é porque tem problema?) ou de festa. Afinal, sempre é bom encontrar um canal por onde a gente vai descarregar as mágoas, e desde eu que faça o bem para mim mesmo, tá valendo.

suicidio 3

Eu não tenho a menor dúvida de que há muita gente feliz no Brasil. Feliz de verdade. Temos uma cultura de festa, dança, música e travessuras e isso ajuda realmente a limpar a alma. Mas quando nem isso ajuda é sinal de que a coisa está realmente feia e a gente deve perder o medo de declarar que está triste e que perdeu o tesão de viver.

É importante começar uma verdadeira conscientização a respeito da natureza da tristeza; da diferenciação entre tristeza e depressão e da necessidade de buscar ajuda profissional quando você percebe que o tesão de viver está morrendo. Afinal, um suicida não é bem uma pessoa que acorda numa manhã de segunda feira e resolve que já deu; muitas vezes a alma dele já morreu há tempos, só falta mesmo é deixar o corpo.

Quem quer se matar não decide de uma hora para outra, o sentimento aparece sorrateiro e vai crescendo e crescendo incentivado pelos transtornos psíquicos que a pessoa sofre. E aí que as vezes compartilhar isso com amigos vira piada e a única maneira seria buscar a um profissional, mas a oferta de ajuda profissional no Brasil ainda é muito precária no que se refere ao atendimento de pessoas com transtornos psíquicos.  A OMS recomenda (segundo esse artigo) um mínimo de 4 leitos psiquiátricos para cada 100 mil pessoas enquanto no Brasil há cerca de 0,4. Só mesmo trazendo a tona a realidade desse problema vai fazer com que sejam tomadas providências a respeito desse déficit.

Quando não há profissionais disponíveis e os amigos levam tudo na flauta a situação se vê desesperadora. Os transtornos psíquicos que levam a morte são um tabu e eu posso afirmar isso: quando eu tive depressão teve muita gente que disse que eu fazia manha, afinal, eu era jovem, talentosa, bonita, inteligente, tinha um bom trabalho, uma família que me amava e… o que mais eu poderia querer?

Mas nada é assim tão simples. Não é apenas uma questão de querer, ainda que esse seja o primeiro e mais importante passo em direção a cura. Sim, porque transtornos psíquicos são doenças, não são manha, faz de conta para chamar a atenção ou fazer piada. E se queremos que as pessoas que estão com problemas sintam-se confiantes para falar disso, temos também de vencer mais esse obstáculo: o de julgar quem está triste como fraco ou como só mais um cheio de mi-mi-mi-mi.

Enfim, se enfrentarmos os tabus que envolvem o suicídio esses números vão diminuir, tanto aqui como em qualquer lugar.

*****

A Suécia dispõe de uma linha de ajuda para pessoas que não se sentem bem: a nationella hjälplinjen.

Telefone: 020 22 00 60

Internet: 1177.se (chat com psicólogos).

Esse atendimento é gratuito.

15 comentários sobre “Dia Mundial de Combate ao Suicídio

  1. Engraçado, esta semana eu recebi um email de um familiar que dizia a mesma coisa: que a Suécia tinha alta taxa de suicidio… Por que temos essa idéia?
    De acordo com o wikipedia (http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_countries_by_suicide_rate), a Suecia está no 44o. lugar, atrás de países como Bélgica, França, Uruguai, Portugal, Russia e Estados Unidos (ninguém associa estes países com altas taxas de suicidio). O Brasil está na 72a. posiçao. O curioso é que em todos os países a taxa masculina é significativamente maior do que a feminina…

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  2. E esta semana tendo o dia mundial de combate ao suicídio. Mas um suicídio deixou muita gente abalada ou sem palavras (como eu) no Brasil, alguns meses após o suicídio do Chorão (vocalista do Charlie Brown) seu companheiro Champignon se suicidou em frente a esposa (gravida de 5 meses) que ficou em estado de choque. Ele estava liderando uma nova banda que era uma homenagem ao Chorão. Não que eu seja fã incondicional da banda, mas sim fiquei chocada porque as duas pessoas eram muito proximas…e depois claro o caso repercute porque são famosos, mas também talvez seja para que a sociedade também pare um pouco e comece a prestar atenção ao tema.

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  3. Esse foi um dos assuntos que me deixou mais chocada quando cheguei aqui, o número de suicidios.
    Também nunca especulei o pq, mas um dos fatores que sempre me faz pensar o pq dessas pessoas fazerem isso, é justamente o que vc mencionou, essa “independencia” e solidão. Muitos suecos são muito sozinhos, não tem muita atividade social no inverno, o tempo frio e cinza também colabora… Enfim, acho que é um conjunto de muitas coisas que faz com que isso aconteca. Muito triste, mas realidade pra muitos! Infelizmente.

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  4. Emilia,
    Legal te ver por aqui também!
    Definitivamente não sei de onde é que o pessoal tirou essa ideia de que na Suécia tem um monte de gente se matando, como você mesmo apontou por meio do link do Wikipedia, a Suécia e o Brasil não estão tão distantes assim no ranking. Além disso, a gente sempre está falando também sobre a margem de erro que tem essas estatísticas referentes (à um tudo, mas em especial nesse momento) ao suicídio e que há uma margem de erra grande, principalmente em países em que o suicídio é considerado crime.

    ****
    Oi Dóris!
    Bom te ver por essas bandas de novo.
    Eu acho triste quando gente famosa se mata porque todo mundo fica construindo histórias eles tinham pacto com o demo (ainda mais quando são músicos) e que o diabo veio buscar suas almas. Essa coisa de tornar o suicídio um pecado é super ruim, é só mais uma desculpa para ficar enterrando o problema cada vez mais.

    ****
    Oi Deby!
    Nem fala mulher, se tem uma coisa que me tira o T durante o inverno é a escuridão. É difícil entender como é que eles simplesmente não instituíram hibernar durante o inverno como uma lei pois, afinal, é mais ou menos isso que rola… todo mundo fica encorujado e escondido.

    Abraços gurias!

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  5. Olá Maria! Antes de tudo… gosto muito do seu jeito de escrever, de colocar as palavras. Nossa! Realmente esse desfecho não acontece de um dia pro outro e leva anos. E só acontece porque a pessoa não encontra ou não busca solução ajuda. Li ontem num texto do Pe. Léo sobre tristeza e desânimo, que é a pior das tentações. Se chegar e a pessoa não fizer nada, vai definhando. Bem, eu tive depressão, e graças a minha fé, ajuda médica e psicológica, saí dessa. Vigio muito, pois qualquer um pode entrar neste processo que quando percebido pode já estar bem adiantado. Sofri demais no meu trabalho, pois a tropa vivia às gargalhadas e debochavam e me viam como mal humorada, amarga. Ninguém entendeu que minha alma estava triste. Graças a Deus, em momento algum esse desfecho passou por minha cabeça, apenas queria ficar quietinha num canto e não ver a cara de ninguém. Entendo muito as pessoas que passam por isso e espero que todas vençam, como eu.

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  6. É um assunto sério. Mas no Brasil ninguém do meu círculo social se suicidou,teve apenas uma tentativa. Já aqui muitas tentativas,muitos suicídios, de pessoas próximas. Foi um choque muito grande pra mim :(

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  7. Caipira, como lidar com alguém que tem depressão?Como ajudar?Eu tenho alguém próximo a mim com o problema e eu fico muias vezes paralizada, sem ter o que dizer (além dos clichês).Como uma pessoa sai dessa?
    beijos!!

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  8. Oi, conheci seu blog devido a um link em um post no blog da Joana e dei de cara com esse artigo sobre suicidio e adorei o jeito que voce escreveu sobre isso. Gostei da objetividade e o jeito claro que voce colocou as coisas, essa pressao que a gente tem de ser feliz porque e brasileiro, essa falta de entendimento das pessoas de uma forma geral que depressao e uma doenca que pode acontecer com qualquer um a qualquer hora, nao e porque sua vida e “maravilhosa” pelo ponto de vista social que quer dizer que voce nao esteja no grupo de risco. Acho que ainda tem um estigma que liga depressao com problemas na vida do individuo com por exemplo e aceitavel alguem que ta desempregado, se separando, com alguma doenca grave sofrer de depressao mas se voce nao tem nenhum desses tidos problemas serios, logo voce e rotulado de fresco ou como voce colocou ta de manha. Depressao e uma doenca seria e que mata, a pior parte e ver como tem gente que sofre calado justamente por conta da pressao social, bom que a Suecia oferece um atendimento gratuito com psicologos para ajudar pessoas que precisam, no Brasil tem um telefone onde e possivel ligar mas nao sao psicologos que atendem mas sim voluntarios que ficam la pra ouvir a pessoa que precisa desabafar com alguem.
    Bjs

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  9. Oi Maria!

    Eis que depois de linkar lá no blog e partilhar no Facebook eu venho finalmente comentar este post! A verdade é que há tanto a ser dito sobre o assunto que eu quase fico com preguiça mas eu adorei este post e não podia deixar de comentar!

    No que respeita à taxa de suicídio na Suécia, eu ainda não entendi como esses números são possíveis. Se por um lado eles têm uma “cultura solitária”, por outro lado eles me parecem muito otimistas, pelo menos muito mais que os portugueses, por exemplo. O sueco é aquela pessoa que sempre diz algo como “ah estou muito cansado hoje…mas este café está uma delícia!” ou “esta semana faz muito frio mas estou feliz porque o verão está quase a chegar”. E além disso acho que a vida aqui é mais simples e as pessoas não têm as mesmas preocupações… pelo menos a nível financeiro e laboral. Em Portugal cada vez se ouve falar mais de suicídios devidos à crise, trata-se de pessoas que não conseguem alimentar suas famílias, de pessoas que não arranjam emprego há anos, de pessoas que perderam toda a esperança. Aqui na Suécia também há miséria mas em geral as pessoas estão muito mais amparadas pela rede de “välfärd” que existe debaixo de todos. Isso e o facto de o apoio psicológico ser muito mais acessível aqui do que noutros países (e mais uma vez tenho que comparar com Portugal) fazem com que as estatísticas negras da Suécia sejam um mistério para mim. E não, não acho que Deus ou a falta dele esteja incluída nas contas :) mas reconheço que para muitas pessoas a sua fé é fonte de esperança, algo que falta a quem se suicida…

    Outro ponto que gostaria de realçar é que em Portugal, tal como no Brasil, o acesso a cuidados psicológicos não é fácil e além disso é caríssimo. Soube de quem pagasse 60€ (quase 600 coroas) por consulta com o psicólogo… e isso é ridículo, quem nesse país é que tem dinheiro para ser acompanhado com frequência??

    Bem, e tenho que ir para a minha aula de matemática mas queria deixar uma última mensagem a quem não sabe (e infelizmente há muita gente que não) mas o cérebro é um órgão como qualquer outro e por isso também pode ficar doente. Você teria vergonha de tratar sua diabetes??

    Beijos Maria!

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  10. Narinha minha flor…
    Difícil viu?
    Ajuda é uma coisa complicada quando se trata de depressão. Acho que o melhor a fazer é segurar a mão da pessoa sabe, porque como a gente não é profissional da área pode dar muitos foras, e sei que sermão definitivamente não ajuda muito. Eu diria que encorajar a buscar ajuda sem deixar a pessoa montar em você sabe? Colocando um limite. Tipo, você está ali, dá força, ajuda a segurar a barra mas percebe que o cidadão não desempaca. Então tem que jogar limpo (não tipo chantagem emocional) mas deixando a situação clara: pessoa, eu to aqui para o que der e vier, mas se você não tomar uma atitude por si próprio, não adianta quantas vezes eu segurar a sua mão ou secar as suas lágrimas, as coisas não vão mudar… Sempre tendo em mente que a depressão é uma doença e que, como em qualquer doença, a pessoa passa por um período em que muito pouco pode se fazer. O que eu quero dizer é, por exemplo, quando você pega uma daquelas gripes fodas, não há o que fazer além de vencer a febre e ficar de cama até que o corpo comece a se fortalecer. E pra isso são necessários remédios – sejam naturais ou não, os remédios é que vão te dar um gás até que seu corpo seja capaz de tomar as rédeas. Pelo que eu entendo de depressão é mais ou menos isso que se passa: quando o trem tá feio, você tem que aceitar que precisa puxar o breque e tomar um remédio. Quando seu corpo começar a reagir, aí sim é hora de botar pra quebrar. A diferença é que quando temos aquela gripe é o corpo que padece, enquanto na depressão é a mente. Então não adianta ficar fazendo muita torcida e tentando trabalhar a mente de uma pessoa que está muito deprimida… tem que esperar ela começar a se clarear primeiro. Pá que super coments!!

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  11. Eu amei seu comentário, muito obrigada, viu? Eu vou te contar mais sobre isso pessoalmente, pra não expor a pessoa. Mas eu adianto que fia, é barra não poder ajudar em nada. Sim, ela toma remédios, tem ajuda de profissionais, mas nada parece dar jeito. E está assim por anos :(
    Um beijo em ti, querida! Doida pra te ver logo \o/

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  12. Monique!
    Bem vinda ao blog!
    Você sabe o número desse telefone? Se puder me passar eu adiciono ao final do post. Mas eu vou dar uma olhada na internet também. Eu concordo contigo! Parece que quem não sofre por uma grande causa não tem o direito de sofrer… mas qual é? O que seriam das mães de crianças com câncer terminal então? É errado que elas não acabem com suas vidas quando não há mais esperança para seus filhos? A gente vive com modelos muito limitados de “vencedores” e “perdedores”. Depende aonde você se encaixa tem mais é que estar feliz… aham. Mas e se eu não me encaixo nesses modelos? Como é que fica? Muitas perguntas… mas no fim de tudo, acho que o que você comentou entra também naquilo que vou dizer para Joana.

    ****
    Joana,
    Eu entendo que o número de suicídios tenham crescido em uma Portugal em crise e desesperada, onde o cidadão não tem o básico para sobreviver. Mas aí está também uma grande ajuda porque quando você não está dentro daquela fórmula mágica (emprego=dinheiro, dinheiro=estabilidade, segurança, felicidade) você sabe mais ou menos o que precisa para chegar lá, e fica naquela esperança de que quando você encontrar o emprego certo, ou receber o salário dos seus sonhos a fórmula mágica fará a diferença na sua vida.
    Mas aí é que mora o problema…
    Acho que as pessoas tem uma visão simplista do que é bom na vida. Não uma visão simples, mas simplista: ter uma casa, um carro, um bom emprego (dinheiro em outras palavras), um relacionamento estável e aí está a fórmula para ser feliz… mas e se elas chegarem lá, com tudo isso, e ainda assim não se sentirem felizes?? Como é que fica??
    Há muitas pessoas com bom emprego na Suécia, com família, com tudo o que a nossa sociedade moderna diz que é necessário ter para ser feliz que não são felizes. E aí o bicho pega porque, caraca guria, o que é que eu preciso fazer/conquistar/procurar se eu já tenho “tudo”?
    Na matemática da vida nem sempre dois e dois são quatro. E eu particularmente acho matemática super difícil…
    Beijos gurias!

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