Brasil, meu Brasil brasileiro

Tô em casa.

E sim, eu sei que a minha casa fica na Suécia. E que a minha vida é na Suécia agora. Tanto, que já em Paris quando eu estava prestes a embarcar no voo para Sampa senti que tudo estava diferente. E na verdade, senti um pouco horrorizada que a coisa que mais estava diferente era eu mesma.

Suequizei demais os últimos meses. Para meu próprio horror estava me sentindo incomodada com tanta gente falando alto, e falando merda. Esse povo nunca fala com coisa… pensei. E aquela impaciência típica de brasileiro que nunca faz o que está no protocolo: não espera o avião taxiar para começar aquela busca desenfreada pelas malas; não obedece nenhum sinal de apertar os cintos; fica gritando com o conhecido que não sei porquê foi parar cinco filas de banco mais atrás (ô fulano,  você viu a oferta de não sei o quê lá na Duty Free?).

Que merda. Que vergonha. Não dos outros, de mim mesma. Vivo chateada porquê todo mundo fica diminuindo brasileiro o tempo inteiro, por causa da fama de bagunceiro, por causa da fama de preguiçoso, por causa da fama de gente que não quer nada com nada. E lá bem no fundo me senti com a mesma impressão. É tipo um choque cultural ao contrário. Que feio.

Foi só quando desembarquei de verdade é que relaxei. Demorei quase doze horas dentro de um avião e precisei de doses de brasileirice o voo todo para conseguir jogar fora o meu eu sueco. Estava esperando um aeroporto caótico (por causa do carnaval) mas a coisa estava tranquila (e posso dizer isso porque já passei por Guarulhos em um dia 03 de janeiro). E tanta gente feliz! Apesar de estarem trabalhando durante o carnaval. É um contraste absurdo: sair de um inverno cinza na Suécia em que todo mundo anda de cara amarrada e desembarcar num país em que até a polícia federal fica fazendo troça… aff, como é bom!

Fiquei fazendo uma série de comparações. Já trabalhei com suecos em feriados importantes como o Midsommar. Definitivamente, trabalhar em feriado na Suécia é igual a trabalhar com substitutos (quem tem trampo integral cai fora pra aproveitar) ou gente meio de carra amarrada. Quem trabalha feliz nesse dia trabalha feliz só porquê recebe quase o dobro do salário por hora. E mesmo assim, o que acontece é que os suecos que trabalham em feriado falam mais ou menos “que eu não queria trabalhar, mas alguém precisa trabalhar e eu vou receber o bônus”. Sorriso amarelo. Eu fiquei me perguntando se os faxineiros que trabalham no aeroporto em Guarulhos, por exemplo, recebem o dobro do salário por hora por trabalhar em dia de carnaval. Estavam bem felizes, em todo o caso. Vai ver que eles recebem né?

E eu tomo um susto quando a guria do check in da Tam me olha e me diz meio zangada: “senhora? senhora? a senhora está grávida? por favor dirija-se a fila preferencial”. Aí é que eu percebi que o tom de voz dela não era para mim, mas era para lembrar aos outros que eu devia passar primeiro. Passei cinco meses e meio grávida na Suécia e as poucas pessoas “estranhas” que ousaram enxergar a minha barriga foram estrangeiros. Já aqui todo mundo enxerga que eu tô grávida. Gente que eu nunca vi na vida me olha e me sorri, e me deseja felicidade. “Parabéns pelo bebê” é uma constante. No guichê da companhia aérea. Na recepção do hotel. Na fila do mercado. Fui tomar um sorvete e uma mulher ao meu lado me disse que eu estava uma grávida linda. Assim do nada, ela não me perguntou: você está grávida? Ela só disse: você está muito linda grávida… sabe o que é? E eu: um menino (eu não tinha contado ainda Aparecida!). E ela: ahhh parabéns! Eu quero muito ter um menino!

E na minha cidade em que todo mundo sabe da vida de todo mundo parece que o pessoal não tá muito interessado na minha vida não. Hahahaha! Ao menos muita gente não sabia ainda. “Oi Maria! Passeando na casa dos pais! E esperando um suiçinho!!! Parabéns!”. Sim, eles ainda acham que eu moro na Suíça. Mas eu já nem explico mais. Porque se eu explico que eu moro mesmo é na Suécia a pergunta seguinte ainda é se eu já sei falar alemão. Sorriso amarelo. “Quase… tô aprendendo!”.

Nesses dois dias passados em casa já me sinto mais eu mesma. Já fiz papo furado com mais gente do que fiz o inverno inteiro na Suécia. Já falei da Copa do Mundo, do governo e da falta/excesso de chuva. De mudar para fora do país. De como a vida aqui é boa (puxa como é bom encontrar gente satisfeita com a vida que tem!!!). De livros. De poeira. Terra vermelha. Da calma da cidade. Da falta do que fazer. Do excesso do que fazer. De vida nova. De gravidez (com muita gente). De morte. De comida. De energia solar. Piadas (fiquei pensando: nunca ouço piadas na Suécia!).

E lembrei de um texto não sei de onde, que não sei quando li, que falava de como a gente ainda vê o Brasil com um país de selvagens que precisam ser civilizados. Acho que não há forma melhor de definir esse “choque” que eu senti no contato com a minha própria cultura do que esse pensamento. Eu vivo num mundo “civilizado” ao extremo. Politicamente correto – o que é bom. Eu sou a favor do politicamente correto – principalmente o quesito respeito as minorias. Mas não é disso que eu tô falando. O civilizado é o jeito meio robótico que todo mundo vive no lado de lá. As pessoas respeitam a fila. Ninguém fala alto. Os cachorros não ladram. Quase não há lixo pelas ruas (há sempre muito lixo pelas ruas assim que o inverno acaba, mas no geral, as ruas são muito mais limpas do que são as ruas brasileiras). Não há cidades transbordando de gente. E aí o transporte coletivo funciona. E não há engarrafamentos enormes. Ninguém “foge” as suas responsabilidades. Ninguém caga fora do pinico. Tudo funciona com a precisão de um relógio suíço. Mas eu moro na Suécia ok? Só para deixar claro…

Será que quando conseguirmos civilizar os selvagens brasileiros, não vamos sentir falta de toda essa “zona”?

31 comentários sobre “Brasil, meu Brasil brasileiro

  1. Não, não vamos sentir falta desta zona. Meu ex-sogro foi morto semana passada com um tiro. A irmã da minha mãe morreu em acidente de carro na estrada com 31 anos (um motorista bêbado atropelou o carro dela com uma jamanta). O meu pai morreu devido à falência da empresa dele, visto o ambiente LOUCO empresarial da época (pós-Collor). Eu fui assaltado na minha loja, vi minha mãe presa na empresa com 07 carros da polícia do lado de fora esperando o assaltante (que fugiu pelo telhado dos fundos). Vivemos no caos de violência, fruto da aculturação brasileira (vulgo: falta de verbas para a educação). Saímos de casa com medo, aos finais de semana as pessoas passeiam dentro de shopping centers enquanto a rua está vazia. A burguesia é ignorante, nunca leu um livro de história mas anda de bmw e ostenta casas de luxo na praia, grudado às favelas. Não não sentiremos falta desta zona quando civilizarmos os selvagens brasileiros. Parabéns pelo blog.

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  2. * e isso que moro em Porto Alegre, imagina viver no MT, perto da fronteira, onde não existe leis? Ou em São Paulo, em áreas menos favorecidas?

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  3. Naaaawl, um pequeno suéco! Parabéns! Ipi Ipi uhaaa!
    Olha… Fazer uma festinha as vezes, até que passa, mas todo o final de semana, e até dias da semana, vc ir dormir com seu vizinho escutando música alta, gritando e não falando, aaah não, não, não, não, sou mil vezes o controle de natalidade que rola qse que inconsciente do lado de lá. Sinto falta de andar na rua e não ter quase ninguém nela, ah… os vizinhos não falam de você, para você ficar sabendo, mas falam de você entre eles… Era ridículo, eu postava uma coisa em português no meu FB, e umas 5 pessoas mandavam mensagens para o Mathias perguntando o que eu queria dizer, e quem chegou a me conhecer não vinha me perguntar, só teve uma que perguntou, mas aposto que ela me achou muito estranha kkkk. Essa uma aceitou o meu pedido de amizade pelo FB, mas como eu não volto tão cedo pra lá, por agora, ela já me deletou, o que eu detesto neles lá, é o fato deles não te responderem uma pergunta diretamente, pedem para a outra parte interessada te responder, ou ficam de fofoca pelas suas costas, tive sorte pelo Mathias me proteger desse tipo de gente, eu ficava sabendo o que rolava entre eles, mas eles não sabiam que eu sabia. O que eu entendi é o seguinte, seja você, e foda-se os outros, confie no seu parceiro, até que te provem o contrário, e não confie em mais ninguém, seja auto o suficiente para ignorar os outros, que ainda não entenderam que existem sim, brasileiras que não são só bundas e peitos, e se você estiver em qualquer parte da Europa, mostre sempre a educação que você recebeu, pois nem mesmo com ela vc conseguirá mostrar que tem algo a mais em ser uma mulher brasileira, eu sei é ridículo, mas todo mundo estigmatiza alguém, cabe a cada um mudar isso.

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  4. Ahhh vc escreve tão gostoso… e como voce consegue interpretar bem as pequenas grandes diferencas que vivemos no dia a dia escandinavo!!!
    Na minha experiência, em duas semanas vc nem sente mais tantas diferencas…
    Vou recomendar no grupo “brasileiros na suécia”…
    Aproveite!!

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  5. Oi Maria, adorei seu post…eu lendo me bateu aquela saudade do nosso povo alegre e atrapalhado, barulhento mas muito feliz. Aproveita tudo aí no Brasil pra voltar pra Suécia com as energias renovadas…hehe. bis.

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  6. Ei, Paulo Fontoura, eu moro em MT e aqui há leis sim, mesmo perto da fronteira… Aliás muito pertinente o post, é meio contraditório porque no inicio você reclama do jeito brasileiro e se sente meio sueca e do meio para o final você acha que o jeito brasileiro é que é legal… Somos um país muito contraditório mesmo, é ótimo vir passear no Brasil, já morar aqui pra sempre é que são elas…

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  7. Maria Helena, fico muito feliz por você estar por aqui curtindo a terra vermelha de Cascavel e mal comparando com a Suécia (Suissa, kkkkk!). O Benjamin deve estar eufórico por se encontrar na sua “pátria raiz”. Aproveite bem tudo isso aqui porque se ficarmos civilizados, certamente sentiremos falta do jeitinho brasileiro. Já pensou em passar uma vida inteira com tudo dando certo?! Acaba virando um relógio! Ainda bem que estamos meio longe dessa nossa automação humana onde o “sim” é sim e o “não” é não. Aqui ainda ficamos com aquele “friozinho na barriga” por causa da força do talvez.
    Um abraço grandão e um beijo no “sobrinho” Benjamin,
    Tio Manô

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  8. Olha vou te dizer, eu bem que gostaria de passar um tempinho num lugar assim politicamente correto, sem transito caótico, com transporte público funcionando, onde as pessoas respeitassem as filas……enfim
    Mas como nós humanos, penso eu, temos nos genes a insatisfação acredito que por muito tempo nesse ambiente também sentiria falta da nossa balbúrdia natural….
    Agora quero dizer que você tem uma excelente veia de escritora, acredito que se o blog virar um livro corre o risco de se tornar um best seller …rsrsrsrs
    A se a Aparecida do texto sou eu agradeço a explicação, pq pensei que tivesse pulado algum post …rsrsrsrsrs
    Aproveite bastante sua estadia em casa ,e a “paparicação” devotada as grávidas que graças a Deus ainda é bem comum por aqui

    Beijos

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  9. Voltei porque vi nesse site que leio diariamente quase a mesma reflexão que você fez e achei interessante a sincronia,..
    “Há momentos em que a gente pensa em imigrar, em sair do Brasil. De fato, é bom ver coisas sólidas, construídas para durar. Ver que é possível fazer tudo bem feito. Sempre que venho para os EStados Unidos fico encantada com os jardins, viadutos, construções, com a limpeza, com a manutenção. Tudo é arrumado e funciona, por assim dizer. Dá uma tristeza pelo Brasil, onde quase tudo é feito nas coxas. A gente é meio assim, tudo no improviso. É bom e é ruim ao mesmo tempo, porque o improvisado acaba ficando permanente e mal feito.”
    Aqui o texto inteiro
    http://noticias.r7.com/blogs/querido-leitor/sol-chuvinha-e-vontade-e-licoes-de-vida/2014/03/06/

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  10. Maria Helena, como sempre seu post é nota 10! Grata por descrever com tamanha gostosura as diferenças entre Brasil e Suécia. E, como eu sempre digo, não há país perfeito. Então, aproveitemos aquilo de bom que cada um nos oferece. Como você tem feito.

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  11. Oi Paulo…
    Já te vi por aqui? Bem vindo em todo o caso!
    Guri eu acho que sua família tem passado por muita dificuldade. E eu tenho certeza que você é um cara que está cansado disso. Eu também ficaria. Em todo o caso quero te apoiar e dizer que eu também não sentiria falta de nenhuma dessas coisas. Quem sentiria? No texto eu não estava me referindo a esse tipo de zona. Estava me referindo mais a questão da bagunca mesmo (não tenho cedilha no teclado hoje), som alto no fim de semana, gente brincando o tempo inteiro, festa. Também não quero meu Brasil com toda essa violência e falta de seguranca. Nem em POA, nem no MT e nem na favela…

    *****
    Oi Kate!
    Minha mãe está contigo viu! Ela odeia vizinho que toca som alto o tempo inteiro. Eu sou uma pessoa meio lesada, eu acho, porque eu não me incomodo. Desde que não seja a mesma música ao menos. Eu gosto do silêncio sueco, mas às vezes parece que estou sozinha no mundo lá….

    *****
    Oi Inês!
    Obrigada. Eu ainda tô bem caipira acho. Já me acostumei…

    *****
    Lariiiiii!!!!
    Vou tirar umas fotos e postar lá na página do face pra você matar a saudades…

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  12. Oi Gerusa!
    Acho que vou visitar a sua terra também. A mala do Joel já foi para lá passear sozinha… :-/ Talvez eu seja meio boba, mas eu sinto falta demais da descontracão brasileira. Penso que o inverno seria bem menos duro se a gente pudesse contar com essa alegria lá também.

    ****
    Oi Patrícia!
    Nova por aqui? Bem vinda guria!
    Olha é contraditório sim porque meus sentimentos são contraditórios. A gente vive extremamente isolado num país como a Suécia: você não vê vizinhos, mesmo saindo no meio da cidade nunca conversa com ninguém… ninguém te vê e você acostuma a ser invisível. Parece que somos regidos por uma cultura do “não me incomode”. Dá medo de pedir licenca para passar por alguém! Eu estou amando essa intrusão dos brasileiros aqui. Nunca tinha me dado conta do quanto sinto saudade disso… obrigada pelo texto do link! É verdade, esse sentimento mesclado que a guria fala no texto dela é exatamente o que eu sinto.

    ****
    Obrigada Manoel!
    Estou me sentindo demais aqui. E Benjamin está curtindo muitooooo!!! E sim, eu adoro minha terra vermelha… já estou com os pés encardidos, como a gente diz. Hahaha! VIva o talvez que traz emocão a nossa vida!

    ****
    Hahahaha Aparecida!
    Exartamente: sinto falta da balbúrdia! Não da violência e inseguranca, mas dessa coisa meio nas coxas, meio a sério… Sim, a Aparecida do texto é você. É que eu não tinha contado aqui no blog ainda, só na minha página pessoal do facebook.

    ****
    Angela,
    É exatamente isso: devemos aproveitar aquilo de melhor de cada lugar. Eu vou dar um jeito de aproveitar de tudo que é bom aqui para chegar de volta a Suécia com as baterias recarregadas…

    Até mais gente!

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  13. Ah! como é bom, ouvir elogios e criticas para o nossa patria amada de que quem mora fora dela; como vc.
    Eu moro em västerbotten. tudo funciona como se fosse um robot, minha cidade é muito pequena. muito limpa, muito pacata.( pacata ate demais)
    Sou kristendomen, mas mesmo assim tambem vejo na minha comunidade, que nao somos muito bem aceitas por aqui. Claro, que eles na igreja se esforesforçam para demonstrar simpatia comigo, mas no fundo eu sei que nao é o que parece.
    Parabéns Maria, por escrever com tanta clareza oque voce sente pelo Brasil.
    Eu tambem gosto das coisas certinhas daqui, mas sinto muita saudade de Sao Paulo. Do barulho dos meus vizinhos, conversando alto dentro do elevador,( rsrsrs) dos motoristas de carro, buzinando como loucos no final de semana; todo mundo querendo chegar mais cedo em casa com milhoes de carro nas rua. rsrsrs.
    As vezes nós brasileiros so vamos entender o que é o Brasil, quando estamos morando em um outro país.
    Um grande beijo para voce, e outro maior ainda para seu lindo baby.
    Nós amamos voces!

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  14. É normal q vc esteja sentindo isso ; pois vir passear principalmente em casa da mãe é mto diferente de morar, enfrentando uma violência sem limites, falta de valores, corrupção deslavada, injustiças,etc.etc. Trocaria de bom grado a simpatia e sociabilidade daqui pelos valores necessários p viver. Tb sou a favor do controle de natalidade consciente ou inconsciente.

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  15. Sabe Marcy… Lá é outro nível, a bagunça gostosa lá é bem aceita, se for num horário que não vá atrapalhar ninguém. Se eles não falam com você e só te medem, é porque você tem feito algo de errado, eu vi uma senhora batendo o olho bem rápido num grupo (que tinham indianos (eu acho) e turcos), tudo porque eles falavam gritando e ouviam música sem fones de ouvido). Já comigo, eu vivia sorrindo, pois pelo o fato de não ter barulho nem nas ruas, wooow, era o paraíso para mim, hehe, então se eu via alguém andando perto de mim, eu soltava um sorriso e eles retribuíam, bem coisa de interior, que era pra onde eu fui. Haha ganhei junto com o meu namorado, um lanche de um cara casado (fiquei chocada), no bar que o Mathias (meu namorado) frequenta, na terceira vez que eu fui, ganhei 5 copos de coca-cola grátis e uma porção de natchos, diz o Mathias que isso não é comum por lá, mas que eu era popular (os amigos do Mathias disseram que era normal, como um “boas vindas”, mas o Mathias disse que ele frequenta o bar faz anos e nunca ganhou nada grátis, então vc fica a pensar… “o que será que eles queriam/pensavam com isso?” rs. Lá é assim, se vc for educada(o), tudo ok, simpática(o), woow você ganha eles (mas é como eu disse, ninguém ali é confiável)

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  16. Paulo Fontoura

    Eu também não sentirei falta do Brasil, no quesito falta de educação. Quando eu voltei para cá, fiquei suuuper depressiva na primeira semana, besta de como as pessoas podem agir como animais irracionais e o quão surdas elas podem ser! Precisei voltar para arrumar a escrita do meu sobrenome, mas olha… Estou rezando para que meu namorado arrume logo um lugar para nós (ele mudou-se para a capital, e é tenso achar um lugar para viver por lá), pois daí eu sumo daqui, só volto mesmo para ver a minha mãe e olhe lá.

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  17. Pois é, Grace… não sei se é impressão minha, mas me sinto como você. Não me sinto totalmente aceita, me sinto um ET na maioria dos espaços. Talvez eu seja. Talvez não seja pra mim uma vida em sociedade. Talvez além de caipira eu seja selvagem. Haha!
    Beijos

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  18. Marcy,
    Morei 28 anos no Brasil e não esqueci o quão difícil as coisas podem ser de vez em quando. Só não entendo porque todo mundo fica batendo nessa tecla da violência, quando não é disso que eu tô falando. Ninguém quer uma vida com violência, e isso não tem uma relação direta com a alegria de um povo. Violência está ligada à desigualdade social, má distribuição de renda e pobreza. Não é isso que eu quero. Ninguém quer isso para o Brasil.
    Beijos

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  19. Kate,
    Eu espero que você consiga viver o sonho sueco do jeito que você imagina. Só quero te advertir que morar na Suécia é bem diferente de passar um tempo lá. Para tudo que conquistamos temos de deixar coisas para trás. Nem sempre entendemos quão grande é o valor das coisas das quais estamos acostumados…
    Abraços

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  20. Rs obrigada! Mas a única coisa da qual eu não me acostumei aqui, é a falsidade, e que lá parece transbordar, senti falta de alguns amigos, e minha mãe… continuei falando com ela pelo Skype, eu já não moro com a minha mãe fazem 7 anos, não deu para sofrer tanto, e muitos dos costumes que eles tem me agradam, fazem-me lembrar da criação que eu tive qdo criança, como a falta de abraços, beijos, e etc… (eu tive um pouco de carinho, mas era difícil de receber) para você ter uma ideia, minha mãe passou a dizer que me amava, depois que ela fez 53 anos (filha de alemão), há 5 anos atrás. O Mathias passou a me abraçar e a dizer que me amava até andando pela rua rs, e a mãe do Mathias tem aquele abraço fantástico, em outras palavras, tirando as vacas que tem por lá, que tentam dar umas de santas, do restante eu gostei. Para falar a verdade, amei saber que os pais ficam juntos com seus filhos no parquinho, quando eu digo juntos me refiro a mãe e o pai, o fato delas não contratarem muito serviços de babás, me agrada muito tb, só os achei muito desconfiados, mas tb, eu posso entender o motivo. Bjs!

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  21. Se um dia conseguirmos civilizar os selvagens brasileiros (torço para que esse dia chegue logo), com certeza não sentirei falta nenhuma dessa ZONA!
    A situação está cada vez mais insustentável, é vergonhoso e sinceramente não sinto orgulho nenhum de ser brasileira.

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  22. Maria
    Sei perfeitamente q violência ñ está ligada a alegria do povo, mto pelo contrário, e q vc ñ falou nisso; tb sei as causas geradoras, apenas externei minha opinião dizendo o q preferiria se pudesse escolher.
    Abç

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  23. Oi Maria! E então cá vim comentar como prometido lá no face. Quando li este texto pela primeira vez fiquei chocada, sabe? Fiquei chocada porque houve me identifiquei muito com o que vc escreveu. Quando vou a Portugal noto o quanto a Suécia me modificou e o quanto eu fico incomodada com certas atitudes portuguesas. Mas é sobretudo no início… Portugal consegue sempre descongelar o meu coração e fazer com que me apaixone pelo meu país de novo, e sempre com mais intensidade. Quase chorei quando li esta parte do texto…

    “Gente que eu nunca vi na vida me olha e me sorri, e me deseja felicidade. “Parabéns pelo bebê” é uma constante. No guichê da companhia aérea. Na recepção do hotel. Na fila do mercado. Fui tomar um sorvete e uma mulher ao meu lado me disse que eu estava uma grávida linda. Assim do nada, ela não me perguntou: você está grávida? Ela só disse: você está muito linda grávida… sabe o que é? ”

    Lembrou-me do calor das pessoas em Portugal e das saudades insanas que eu tenho dele, apesar de quase não pensar no assunto.

    Beijos Maria, e curta muito seu Brasil brasileiro!

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  24. Oie Maria!
    Lembra de mim, postei um comentário pela primeira vez à algum tempo atrás \o/ #timidez10 aqui, rsrs.
    Bom, é normal q você esteja sentindo essa diferença, até por que depois de passar muito tempo em um país a gente acaba se acostumando, ( é incrível como o ser humano consegue se adaptar à certas coisas). E outra, vir passear na casa da mãe é muito diferente de morar,ainda mais quando você está vivendo outra vida, uma vida de casada, uma futura vida de mãe. Vir aqui pra você pode até ser estranho e horrorizante de novo ver aquela violência sem limites, falta de valores,e essa corrupção deslavada, injustiças e coisas que não dá pra acreditar ou o contrário né ?!.

    Bom passeio pra você(s) aqui no Brasil e curta bastante o seu Brasil brasileiro, felicidades pra você e seu bebê ;)

    Puss och kram !!

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  25. É uma pena que muitos brasileiros precisem morar no exterior para aprender não só a tratar os outros com igualdade e respeito, mas a não jogar lixo no chão, a não destruir objetos e lugares públicos, a não tentar “molhar a mão” de autoridades, a não estacionar em fila dupla, a não ouvir música a toda altura incomodando os vizinhos, a não furar filas etc. etc. Muitos falam mal dos políticos e de tudo o mais, mas, quando têm oportunidade, fazem igual ou pior.

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  26. Olá Maria Helena! Não, não me viste por aqui ainda, mas estou sempre lendo os posts! :)
    obrigado pela resposta!
    É, minha família passou por poucas e boas… Me desculpe a moradora de MT, pura ignorância minha – acabo tendo “feedbacks” de pessoas que vivem lá, e pelo visto não estão corretos. Não estou aqui para ofensas à cidade de ninguém, até porque a minha é uma PIADA em muitos sentidos.
    MH, cansei bastante dessa zona. Suspeito atualmente que isso tudo chega a ser ser um plano contra o Brasil, e não o resultado de tanta bagunça. E sou bem baseado nesta minha suspeita. Quem quiser divagar (esteja instruído de referências históricas) seja bem-vindo! :)
    bjs e parabéns pelo blog,
    P. – o inconformado

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  27. Oi pessoas!

    Não tenho a mínima ideia se alguém vem aqui ler os coments mas… gosto de responder mesmo assim.

    Kate,
    Pra você ver como é a coisa: tem gente que vê sueco como os caras mais gentis, fiéis e companheiros do mundo. Já ouvi muita gente dizer: nada melhor do que fazer um amigo sueco, eles são super! Pessoalmente acho que amigo é amigo e não importa a nacionalidade… mas, o meu ponto é: temos percepções diferentes da realidade e se às vezes eu pareço muito ranzinza é porque no fundo eu sou mesmo… uma eterna reclamona. Quem gosta da Suécia tem que gostar e curtir e ponto.

    *****
    Bruna,
    Talvez seja meio burro isso, mas eu tenho orgulho de ser brasileira. Tem muita coisa legal no Brasil com as quais eu estou verdadeiramente satisfeita. E não estou me referindo ao sistema somente (sim, porque apesar de tudo há pequenas vitórias a comemorar). Me refiro ao simples e banal, tipo comida. Eu adoro…

    *****
    Marcy

    A gente pode escolher, esse é ponto. Podemos escolher transformar o Brasil hoje, plantar pequenas sementinhas e bla bla bla. Vote em mim para as eleições estaduais! Rs

    *****
    Matheus…

    Boa pergunta.

    *****
    Joana!

    Nosso coração expatriado sofre barbaridades. É um cabo de guerra infinito…

    *****
    Lívia,
    Talvez seja isso mesmo. A gente acostuma. Mas eu sinto falta do Brasil. Simples assim.

    *****
    Paulo,
    Ser inconformado é um bom começo…

    Abraço

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