Benjamin fez um mês ontem.
Passei por uma transformacão louca na minha vida (desculpe, esse teclado não tem cedilhas, vou assassinar um pouco o português). Descobri duas coisas: um texto maravilhoso publicado hoje (ontem?) no blog Potencial Gestante que diz muito do que aconteceu comigo nesse um mês e, bem, tenho que aprender a fazer posts de cinco minutos se ainda quiser ter um blog.
Vou emprestar aqui um trecho das belas palavras da Luiza Diener (texto completo aqui) e depois deixo para vocês uma das músicas que compõe a trilha sonora da minha vida atualmente…
você sonhou com esse bebê. planejou, aguardou e quase não se continha de ansiedade quando, ainda na barriga, ele te fazia pensar em seu rostinho, seu cheirinho, suas mãos e pés tão pequenos. você pensou no enxoval, no quarto e mínimos detalhes para a sua chegada.
talvez, porém, essa criança não tenha sido planejada, mas foi igualmente amada e querida por você.algumas pessoas quiseram te ajudar, afinal, antes de termos nosso primeiro filho, esse mundo é totalmente desconhecido para nós e ajuda é sempre bem vinda, especialmente daqueles que nos amam. não faltam livros, pediatras e conselhos para te auxiliar especialmente nesse primeiro momento que, dizem, é tão difícil.chega o grande dia: nasce o bebê! você se alegra, se emociona, tira foto e mostra para todo mundo. no hospital te ajudam a dar banho, trocar fralda. você está imersa em felicidade.aí vocês vão para casa. tudo parece um sonho. aquele quartinho finalmente terá um neném para ocupá-lo e o berço – que talvez antes estivesse cheio de roupas, pacotes de fraldas e outras tralhas – agora está prontinho para receber seu pequeno rei ou rainha.mas algumas coisas começam a acontecer diferente do esperado. aquela doce criatura que antes só dormia começou a acordar, a resmungar, a chorar. e como chora! você se questiona se está tudo bem com ele, tenta de diversas maneiras acalmá-lo. será fome, frio, calor, fralda suja? será que ele sente dor?
“dá o peito“, diz uma mãe mais experiente. “bota um agasalho“, fala sua avó. “dá chá” “dá água” “dá chupeta” “dá remédio”. nada adianta. “deixa chorar. isso daí é manha”, alguém conclui.cada um diz uma coisa, mas ninguém está ali na hora do vamos ver para te ajudar.
então chega a noite e, quando você finalmente pensa que vai descansar, a bagaceira começa.
acorda, troca a fralda, mama, faz cocô, quer mamar de novo, dorme, acorda novamente e o ciclo parece não ter fim.
um, dois, dez dias se passam e a privação de sono começa a te afetar. você bota pomada antiassaduras na escova de dentes achando que é creme dental, confunde desodorante com bom ar, corre pra acudir o bebê que está chorando e de repente se toca que era somente o cachorro do vizinho latindo.
sua relação com seu companheiro já não é mais a mesma desde a gravidez, mas agora parece estar ainda mais afetada: o sono, o resguardo, a irritação e no fundo no fundo parece até que ele está com ciúmes desse bebê.
um furacão passou e tirou tudo do lugar e agora sua vida está completamente revirada. nem você se reconhece mais. vontade de chorar, de dormir três dias seguidos, de sumir do mapa. sentimento de culpa te invade por estar se sentindo tão estranha na época que era pra ser a mais linda da sua vida.
é uma montanha russa de emoções porque, se por um lado você se sente a mulher mais feliz do mundo por ter seu bebezinho tão perfeito ali, por outro parece que você não consegue curtir nada direito.será que um dia as coisas vão voltar ao normal?
será que um dia eu vou dormir outra vez?
e como vai ser quando eu voltar a trabalhar?
Essa loucura toda faz muito sentido nas palavras de Renato Russo:
Gosto de ver você dormir
Que nem criança com a boca aberta
O telefone chega sexta-feira
Aperto o passo por causa da garoa
Me empresta um par de meias
A gente chega na sessão das dez
Hoje eu acordo ao meio-dia
Amanhã é a sua vez
Vem cá, meu bem Ben, que é bom lhe ver
O mundo anda tão complicado
Que hoje eu quero fazer tudo por você.
(…)
Quero ouvir uma canção de amor
Que fale da minha situação
De quem deixou a segurança de seu mundo
Por amor
Acho que esse será um caminho longo: copiei e colei e nem assim consegui fazer um post em cinco minutos!