Ciclos

Eu vivo escrevendo posts pela metade que nunca são publicados. Esse vai ficar meio pela metade, mas vai ser publicado.

Faz algum tempo que eu percebi que sou adulta. Entrei no mundo cinza e chato das responsabilidades e deveres. É um mundo de possibilidades também, mas essa segunda parte é mais complicada. Primeiro o dever, depois o prazer. E dentro da criação católica que recebi quanto menor a dose de prazer melhor, afinal, se você não sofrer o pão que o diabo amassou não vai ser digna do céu.

Hoje foi meu último dia de trabalho no abrigo. Em fevereiro vou virar assistente social de escritório e trabalhar com bolsa família sueco.

Sei lá, a empolgação não está fazendo parte dessa mudança. Não sei se é porque a gente fica mais sério mesmo quando amadurece e se vê adulto, ou se é por causa daquele lance católico (ultimamente eu tenho lido bastante sobre as misérias desse mundo e se existe um inferno que é pior do que a maioria da população mundial passa diariamente cara… eu definitivamente não quero ir parar lá) ou se é porque a minha vida tem mudado tanto ultimamente que nem sinto as mudanças… o negócio está sendo meio… ok. Vou ser assistente social. Vou trabalhar em Gotemburgo. Não vou mais passar três horas indo e voltando do trampo. Vou ter todos os finais de semana livres.

Eu poderia deixar uma frase bem bonitinha tipo “um ciclo se fechou e estou muito satisfeita com a experiência adquirida”… mas pra ser sincera meus ciclos ultimamente estão mais para ciclones, e ao que me parece estou muito ocupada com a bruxa do norte.

Será que existe uma estrada de tijolos dourados?