Duas coisas nada a ver:
1. Hoje fez sol. Céu azul, quase sem vento, sensação maravilhosa de 20-22 graus… deu até pra suar. Botei os cobertores pra fora (graças a Deus nenhum vizinho tapado fez fogo) e eu fiquei lá, admirando roupas no varal. Tem certas coisas que a gente só aprende dar valor quando é assim, raro. Passei tantos anos estendendo roupa no varal sem nunca ter aproveitado esse cheiro, essa coisa que só vento e sol deixa no tecido. E é totalmente grátis.
2. Tô bem cansada de a Suécia ter essa estratégia para lidar com o Covid. Faz a gente se sentir assim os diferentões do mundo: não tem lockdown, ninguém usa máscara e a taxa de mortos por milhão de habitantes é uma das mais altas do mundo, se não a mais alta. A exceção do último ponto, as duas primeiras questões são compreensíveis. Racionalmente falando, há uma série de argumentos que defendem e até tornam aceitável. Mas cansa.
Acho que os protocolos da OMS são justamente pra tentar padronizar o máximo possível o enfrentamento à pandemia. Se ao menos a gente tivesse um ministro estilo Trump aí seria mais fácil explicar essa zona toda. Mas a verdade é que a Suécia sempre quis bancar a diferentona. Tipo, como durante a Segunda Guerra Mundial, quando o país se declarou “neutro”. Ficou em cima do muro, ajudou um pouco os alemães por baixo dos panos, ajudou judeus a fugirem; no melhor estilo servindo à Deus e ao diabo… exatamente como faz agora: não assume que tenha uma estratégia “larguemos os cidadãos às traças” mas também não tem como explicar a alta taxa de mortalidade da doença no país.
Há muitos casos em que a Suécia foi a diferentona e foi ótimo, fodástico: tipo quando o país foi o primeiro no mundo a tornar o uso de violência na educação de criação de crianças ilegal, o primeiro no mundo a criar licença para pais e mães longa; o país que elevou a segurança dos automóveis a outro patamar… Mas agora, sei lá, não poderíamos ser um pouco mais Maria vai com as outras?