Diário Caipira-89

Fui lá no posto de saúde fazer o teste. Na verdade, é modo de dizer porque o local do teste fica próximo ao posto de saúde, mas não no mesmo local. Pensando bem é meio óbvio que seja assim. Só porque o corona está em alta não quer dizer que as pessoas deixaram de te ter outras doenças. E é preciso proteger as pessoas doentes do Corona.

Enfim, lá fui eu para o local do teste que era em princípio um container desses que normalmente tem às margens de obra onde tem não sei o quê guardado e uma cozinha para os trabalhadores poderem comer. Lá estavam cinco enfermeiros tomando uma xícara de café… na chuva. Estava pingando e todo mundo estava com cara de “não aguento Gotemburgo”. Eu soltei um “Gente mas que judiação mandarem vocês ficarem aqui na chuva!” e aí a galera já animou. Um enfermeira olhou pra mim sorrindo e disse: “ao menos hoje é um dia quente!”

Realmente, hoje o dia estava mais ameno. Um pouco nublado, mas nada daquele vento cortante do domingo. Enquanto ela me atendia o outro pessoal levantou uma tendinha. Entendi perfeitamente o comentário da guria. O que são uns pingos de chuva quando a gente tem que ficar no vento frio?

Quando fui embora disse um muito obrigado e fiquei pensando no trabalho deles. Eu ouvi um episódio do Sommar i P1 onde uma enfermeira de UTI conta sobre o dia a dia pós corona. Uma coisa que eu nunca tinha pensado é que eles tem que gritar por causa da máscara e da viseira. Hoje percebi isso. A guria que me atendeu estava evidentemente gritando comigo. Simpática, com um sorriso, mas gritando.

Tomara que os profissionais de saúde sejam mais valorizados quando toda essa loucura passar.

Agora vamos prosear!

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