Fomos para o meio do mato, de novo. 1.8km, os meninos de bike, o menor aprendendo ainda com aquela bicicleta sem pedais… o percurso de 25 minutos, segundo o google demorou 120 minutos.
Ele para. Conversa. Olha a borboleta. Olha a lagarta. “Aqui tem que parar, tem pedras”. “Aqui eu não aguento a bicicleta mãe, é subida”. “Fiquei suado”. “Quero água”. Tira o capacete e se agacha porque descobriu o carreiro das formigas. Observa. Conta: “1, 2, 4, 3, 9, 10 formigas! Muitas formigas!”
Está quente demais, eu posso adivinhar o lago logo ali no meio do bosque. Tive paciência 1.75km e agora eu só quero entrar no mato e me jogar na água tão logo quanto possível pra me refrescar. Olho pra trás pronta pra soltar um “vamos agora piá que a gente tá andando a passo de lesma” e me deparo com uma mãozinha estendida segurando uma florzinha amarela.
– Mamãe, uma flor para o seu chapéu! Pra você ficar bonita!
Engulo a frase. Com a flor vem o download de paciência a 1Gb por segundo. Eu pego a flor, ajeito no chapéu.
– Fiquei bonita?
– Uhum.
Pego ele numa mão, a bici na outra e a gente dá mais quatro passos antes de ele parar de novo.
