Setembro é o mês de combate ao suicídio. Ainda me choca saber que muitas pessoas acreditam que na Suécia há uma alta taxa de suicídio porque a maioria dos suecos é ateu (60% ainda fazem parte da Igreja Sueca e, estatisticamente, a população sueca é mais agnóstica do que ateia). Eu li isso no SCB, mas já não sei se os dados são atuais.
O que é muito atual quando o assunto é suicídio é tabu. São muitos, aliás: falar sobre suicídio vai acabar incentivando as pessoas a tirarem a própria vida; gente que diz que quer morrer só quer chamar atenção; gente que não dá valor a própria vida tem falta de Deus; gente que está por baixo só precisa se esforçar; gente que tira a própria vida é ingrata e egoísta…
Queria falar sobre um em especial: falar sobre suicídio. Se alguém te confessar que a vida anda pesada (e está, essa pandemia está quebrando as pernas geral) e que já pensou em suicídio, não diga a pessoa pra tentar ver o lado bom das coisas. Sabe, quando a gente chega lá naquele ponto em que começa a pensar na morte como algo a desejar (e não a evitar), significa que algo não está funcionando. E não é que ficamos bobos. É que alguma coisa cria uma deficiencia no cérebro que nos impede de curtir, sentir satisfação, ver o lado luminoso das coisas. Esse papo tipo “ah, mas pensa nos seus filhos, cachorro, periquito, papagaio,.casa, carro, viagem, blá blá blá etc etc” talvez funcione uma vez. Depois vai servir apenas pra alimentar a fogueira da angústia onde a gente vai se cobrar por não conseguir ficar feliz. Afinal, é só querer…
Se alguém lhe disse que pensa em se matar pergunte a pessoa se ela já fez um plano de como seria. Se a pessoa lhe diz que não pode haver tempo para tentar entrar em ação aos poucos. Se a pessoa lhe contar com detalhes como faria para se matar não perca tempo.
Fale com o posto de saúde ou até mesmo chame a emergência.