Uma das coisas mais suecas que eu conheço e que já ando ficando enjoada é Bamse. Ele foi o primeiro gibi que os meninos tiveram contato e é simplesmente sucesso. Ao menos uma vez por dia tem que rolar um Bamse, e se a gente sai de carro para longas viagens escuta os episódios disponíveis no Spotify.
Bamse foi criado no fim da década de 60 por Rune Andreasson, sendo lancado primeiro como filme em preto e branco assim como série dentro de outro gibi. A história gira em torno de um urso marrom que fica super forte sempre que come o mel especial preparado pela sua avó. Todas as aventuras do urso trazem alguma mensagem educativa. Eu particularmente gosto muito da edição “O livro do amigo” do Bamse onde os personagens falam sobre bullying e sobre como ser um bom amigo.
Bamse tem como melhores amigos um coelho branco – Lille Skutt – que vive assustado e uma tartaruga – Skalman – que é inventor e sempre dorme nos momentos mais improváveis. Apesar de ser o Bamse quem tem força nem sempre é ele quem resolve os problemas. O urso, por ser o mais forte de todos, não bate em ninguém e sempre tenta ficar amigo com os antagonistas. O personagem Vargen – que como o próprio nome já diz é um lobo preto – se torna amigo do Bamse e deixa a vida de crimes (roubar doces) para trás.
O Bamse tem uma família de quatro crianças, sendo a menor delas uma ursa com deficiência. Não fica claro qual o tipo de deficiência dela, às vezes o desenho dela sugere que ela possa ser uma ursinha com síndrome de Down, outras vezes parece que ela pode ser uma ursa dentro do espectro autista. É Skalman quem percebe que Brumma é diferente e que ela precisa de outro tipo de apoio do que as outras crianças que aparecem na história.
Bamse faz parte da vida dos suecos há tanto tempo que meu sogro lia Bamse quando criança, depois meu marido e agora meus filhos também. Há quem critique a história e diga que ela é propaganda comunista (porque sempre se repete que todo mundo é igual, tem os mesmo direitos e o Bamse não se aproveita de ninguém apesar de ser mais forte…); mas eu não entendo muito bem porquê.
Do mesmo jeito que não entendo como é que os pequenos não podem passar um dia sem!
