Eu estava sonhando com o Brasil. Não estava claro aonde eu estava, mas eu estava olhando um campo. Era quente e estava ventando. Então o som de um trovão chegou “rolando”.
Quando eu abri os olhos eu não estava certa se eu tinha sonhado com o trovão ou ouvido um trovão, que então me acordou. Poucas vezes ouvi trovões por aqui e, em sua maioria, sempre em tempestades da primavera. Uma, que dificilmente há tempestades de muitos raios e trovões. Outra, que o isolamento das casas faz com que seja mais difícil ouvir qualquer coisa que esteja se passando fora.
Me senti criança outra vez, aguçando os sentidos a espera do sinal: se fosse só chuva eu iria me esconder embaixo do cobertor; mais raios, ventania ou granizo me levariam a correr para o quarto da minha mãe. Mas agora a mãe sou eu… Acho que todas essas sensações e lembranças vieram no embalo do som do trovão se desenrolando e também porque estou lendo “A menina da montanha”. Há tanta coisa nesse livro que me faz lembrar a minha infância! Então veio o clarão e um estrondo, típico de quando o “raio” cai perto. As janelas vibraram. Mais um raio, mais um trovão, mais vibração nas janelas e um alarme disparando. Ao mesmo tempo, começa a chuva de granizo.
Vou espiar os meninos. Dormindo, tranquilos. Então vou dormir de novo, pensando que a minha menina ainda tem medo de trovão.