Casa bem com o fato de eu ter nascido em 21 de março que comumente é o primeiro ou segundo dia da primavera. Em termos de hemisfério sul seria mais adequado o uso de 38 outonos.
Seja por isso ou não, estou bem de saco cheio. Do Tegnell e dessa pandemia, sim. Do Bolsonaro e daquilo que a maioria das pessoas no Brasil entendem como política, muito elevado a enésima potência. Não tenho saco nem pra teorias da conspiração que, há tempos atrás, serviam pra me divertir… isso posto, apesar de todas essas coisas me colocarem no limite, acho que nada me estressa mais do que o fato de que meu local de trabalho atual é, no mínimo, desistimulante.
Não sinto que meu potencial seja valorizado. Fazem pouco mais de dois meses que voltei e encontrei uma equipe cansada e parada na mesmice. Qualquer mudança é encarada com desconfiança. Não sou tão segura de mim mesma a ponto de acreditar que sempre tenho ótimas ideias mas sinto que tenho batido cabeça contra parede. As pessoas reclamam que não há mais fika no trabalho… eu convido para um fika e fico sozinha. Querem efetivar os encontros e fazer com que seja mais fácil, dei várias ideias que foram ignoradas. Minhas colegas resistem firmemente as ferramentas digitais que a cidade paga caro para que tenhamos acesso… e reclamam que não sabem usar, mas não querem capacitação na área.
Essa semana me senti a alienígena defendendo o uso de ferramentas digitais. Meu Deus, estamos na Suécia!! Um dos países mais tecnológicos do mundo. Estamos vivendo uma pandemia que exige de nós resolver a vida digitalmente – e Deus sabe, e eu também – o quanto estamos cansados disso mas, essas ferramentas vieram pra ficar (como bem observou uma amiga hoje) e vamos continuar usando mesmo depois da pandemia.
Eu quero mudar de trabalho há tempo mas parece que agora a coisa se tornou deveras evidente. Preciso de novos ares e, definitivamente, de colegas de trabalho mais progressistas.
Porque estou dando tilt.