Uma coisa que ganhei, algo que emprestei… algo roubado e algo azul!
Eu podia contar tim tim por tim tim como foi o dia do meu casamento mas acho que o vídeo por si mostra bastante. Além do mais, seria difícil encontrar as palavras certas… e se eu dissesse que foi tudo o que sonhei, estaria mentindo. Descaradamente.
As duas últimas semanas antes do casamento eu fui dominada por um sentimento de “oh my gosh, tomara que esse dia chegue logo e acabe!”. Não era pânico por conta de coisas a fazer para o casório – essa parte foi bem divertida – ou a preocupação em me apresentar assim ou assado; foi só o sentimento puro e genuíno do “eu não aguento mais esperar” somado a uma pontinha de pessimismo (sim, eu já contei que sou pessimista) e saco cheio. Tem muita gente chegando para você às vésperas do casamento para dizer como é que tudo tem que acontecer. E tem aqueles que querem gentilmente te lembrar das coisas que você esqueceu. E do que é importante – normalmente aquelas coisas esquisitas que aparecem em revistas e nem de longe são importantes…
Apesar de todo o sentimento negativo das semanas anteriores, todo o stress (sim, apesar de ser um dia lindo é também uma data estressante), eu liguei o foda-se na manhã do casório e decidi que esse era o dia de viver meu casamento do jeito que ele fosse. A chuva torrencial que despencou em Göteborg logo cedo quase me desanimou mas, não é a toa que eu sou apaixonada pelo meu marido… ele soube levantar meu astral e a partir daí… foi só festa até a madrugada do domingo. Chorei a cerimônia toda (de felicidade, obviamente) e ri até ter dor nas bochechas durante a festa. Até rolou uma festa de verdade no final de tudo – coisa extremamente escassa na Suécia. Na verdade, o povo só foi embora mesmo e parou de chacoalhar o esqueleto porque fomos obrigados a mandá-los embora – literalmente. Triste, mas a locação do espaço tinha hora específica para acabar – e a pontualidade sueca não perdoa nem casamento.
Foi um dos dias mais maravilhosos da minha vida. Sempre vou lembrar com carinho de cada pessoa que me prestou homenagens, e acima de tudo, daqueles que ajudaram a fazer a festa possível… eu tive muita ajuda de pessoas maravilhosas que cuidaram de mim e me ajudaram com grandes e pequenas coisas.
O vestido, os brincos, os arranjos de cabelo eram novos.
Meu anel de noivado foi da avó do Joel, tem quase 60 anos.
Usei um sapato que ganhei das minhas amigas queridas, no Brasil, no ano em que visitei a Suécia pela primeira vez.
O véu foi emprestado por uma pessoa querida que conheci durante o primeiro verão que passei aqui.
Roubei as atenções no dia da festa. Sem falsa modéstia, eu já sou linda, mas no dia do casório estive deslumbrante. Meu marido também estava lindo, mas teve gente que duvidou que eu fosse aquela noiva. Haha! Também aproveitei para “roubar” todos os abraços que normalmente o povo acha estranho te dar – sueco fica muito satisfeito com um aperto de mão, mas eu não. Abracei com fé e vontade!
Por fim, ganhei o buquê da minha melhor amiga. E ele era feito de hortênsias azuis!
Desde 27 de julho sou oficialmente Fru Maria Helena Abrahamsson (fru=esposa. Nesse caso eu também traduzo literalmente como dona).
Chique né?
Ps.: Se você está pensando que será que fez essas fotos maravilhosas e esse vídeo lindo, preciso contar – para felicidade dos suecos e tristeza dos brasileiros – que ela mora em Stockholm. A Maíra não é danada de tão talentosa que é? Você encontra ela aqui.