Dá impressão que o blog tá de férias né? Mas não está – e nem eu. É só que às vezes não dá mesmo tesão de escrever. Por exemplo: eu to em outra cidade (Halmstad) e podia contar a história do lugar e tals (que todo mundo encontra no Wikipédia), postar umas fotos – ou não (pois ainda não resolvi o problema com a máquina fotográfica)… mas só e simplesmente não rola.
Começou a chover. E eu sempre falo do tempo aqui no blog. Isso às vezes quase que me irrita! Parece conversa mole – do tipo será que chove? E o outro: pois é… parece né? Bom, aqui na Suécia a coisa rola assim: será que chove? E o outro: Mais cedo ou mais tarde… O que eu quero dizer com todo o bla bla bla é: leve sempre um casaco, não importa quantos 28 graus C estejam fazendo agora. Desconfie do céu totalmente azul e sem nuvens, isso significa apenas que não chove no exato momento. Outra coisa importante: céu azul e sol não significa calor, mesmo no verão: tenha um termômetro em casa para saber a temperatura, consulte o app do seu smartphone ou ponha o pé fora de casa antes de sair de casa pelada. Não vá na onda das suecas porque elas usam shorts a partir dos 15 graus C – quando eu ainda estou com, no mínimo, jeans e uma boa blusa.
Falando em shorts preciso fazer um comentário maldoso (pena que minha máquina fotográfica…!): cheguei a conclusão de que os shorts suecos (ou da moda) são menores do que as calcinhas modelo sueco (ou europeu). A maioria das moças saem na rua mostrando a polpa da bunda – a cintura ainda é centro peito – mas o comprimento do short deixa qualquer funkeira parecendo uma “oma” (vó em alemão), ou melhor, uma “tant” (senhora, em sueco). A questão que não quer calar: com a calcinha do tamanho que é (de “senhora”), como é que não aparece? E precisa ouvir com que “horror” elas falam dos biquínis espanhóis e brasileiros: não pode ir na praia com um “mini” biquíni, mas passear no shoping com meia bunda a mostra, no problems! Vai entender!
Hummm eu sei que sou eu que estou soando como uma “tant” agora, mas eu não pude me conter!
Sinto que entrei numa fase em que estou afinando o meu sueco. Às vezes é difícil lembrar todas as regras que eu estudei, mas quando estou com as pessoas certas sou lapidada a todo o momento. Bom e mau. Às vezes descubro que coisas que repeti um milhão de vezes, repeti um milhão de vezes errado, criei como que um vício e preciso de força e concentração para quebrá-lo. Resultado: fico exausta! Parece que meu cérebro não tem um minuto de descanso e agora – na maioria das vezes que falo português – estou pensando/ traduzindo mentalmente para sueco… pá! Ninguém merece!
Esse é mais um dos motivos pelo qual o blog é importante para mim. Quando eu estive no Brasil em janeiro todo mundo (em especial a Ana) caiu na minha carne porque eu estava falando português errado. Fico pensando nisso quando eu converso com a Vânia (eu falo errado?)… praticar português é a saída!
Ou eu ando escrevendo errado sem pensar também?